lundi 20 juillet 2009
Praça Rodrigues Lobo
Que será feito do João Paulo, aquele cabo meliciano com o qual tive uma ambígua amizade quase amor ?
Todos os dias ele vinha pedir-me um café, e depois fincava os cotovelos no balcão, cingindo-me com os seus olhos, dizendo-me o que eu imaginava, naquela minha desesperada ânsia de ser amado, e ali ficava até ao recolher. Falávamos de tudo e de nada, mas muito de poesia e de livros que eu lhe emprestava, daqueles que eu ia buscar à Biblioteca do Convento, os quais eu devorava num dia, e que depois ele tragava duma assentada, num outro amanhã !
João Paulo - a quem ternamente chamava Jojo - quando deixou Mafra, depois de ter terminado o seu serviço militar, veio ao balcão dar-me um abraço e a sua morada em Leiria, convidando-me a, quando pudesse, vir passar uns dias em casa dele, com os seus pais. Aceitei o seu convite e tempos depois lá pego numa pequena mala, um autocarro até Lisboa, e depois um combóio até Leiria !
Foi uma curta viagem. Ao chegar a Leiria lá estava o Jojo à minha espera, discretamente acenando-me. Depois dum breve abraço, ele pega na minha maleta e vamos apanhar a camioneta para o centro da cidade. Na camioneta trocámos algumas banalidades e, chegados à Praça Rodrigues Lobo, onde ele morava, subimos ao seu quinto andar direito, e aí ele apresentou-me os seus pais. Eles eram encantadores e pareciam agradavelmente surpresos com a minha repentina aparição. A primeira coisa que me mostraram da casa foi o meu quarto, a pequena salinha de entrada, com uma janela que dava para a rua, e uma bonita vista sobre a impressionante silhueta do castelo, lá no alto. Depois de ter deposto a minha mala a um canto, mostraram-me o resto da casa. Digressão essa que acabou na casa de jantar com porta para a marquise e uma larga vista para as traseiras. Depois de algumas perguntas e uma boa chávena de chá, voltaram às suas lides.
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