jeudi 30 juillet 2009
O Casino
Esses quantos meses, todas as noites eu ia pé ante pé para o nosso quarto para não acordar a senhora. O problema era que aquilo eram todas as noites grandes jogatanas e quando era o Roque que ganhava, a casa vinha abaixo com os seus ruidosos orgasmos!
Esse quarto, essa alcova, esse Casino, onde podíamos ter tido jogado e ganho o nosso futuro, uma vida toda inteira a perdermos e a ganharmos sempre juntos, acabou em bancarrota!
A roleta parou, os taipais desceram, os "croupiers" foram de férias!
Não me perguntem pelo Roque! Nunca mais soube nada dele!
Depois dessas tantas noites de delírio, de todas as noites pormos em jogo os nossos corpos sobre o pano verde, um dia ele atira os dados fora!
Uma manhã apareceu inesperadamente no Estrela a despedir-se de mim, que tinha acabado o seu serviço militar, que regressava, não sei se a Coimbra se a Aveiro. Achei isso muito estranho pois que todos os outros cadetes só partiriam dentro de algumas semanas.
Prometeu escrever-me mas todas as suas cartas nunca me chegaram às mãos!
Nem sequer um convite para ir passar uns dias com ele em Aveiro ou Coimbra, ou o raio que o parta!
A única coisa que me ficou dele e dessas inesquecíveis noites de amor foram estas recordações que ainda hoje me percorrem o corpo todo, e uma foto que ele me fez com a sua Kodak, quando me apanhou um dia no Estrela a fazer festinhas ao gato do Baptista.
Nesse dia quando ele tão carinhosamente me disse que eu tinha uma cabeleira tão bela como uma loira seara a ondular ao vento...
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