Tudo começou uma vez mais com outro novo cadete que ao entrar pela primeira vez no Café Estrela se chegaria ao balcão e muito sorrateiro me perguntaria se eu era o Rogério... Claro que eu era o Rogério do qual ele tanto tinha ouvido falar! Ele, tomando-me de assalto, apresentou-se como sendo de Aveiro e que andava a cursar advocacia na Universidade de Coimbra, que se chamava Roque, e que não tinha tempo a perder.
Ele era, como quase todos os cadetes! Belo, alto, insinuante, duma elegância requintada, mas também portador dum estranho augúrio do despertar da minha masculinidade!
A primeira vez que o vi, nessa fresca manhã das muito gélidas manhãs de Mafra, ele encostou-se ao balcão e pediu uma cerveja. Seus olhos inquisidores vasculhavam tudo à sua volta. Repentinamente estacaram sobre um pequeno cartaz ali pregado na parede, junto à telefonia, onde se lia:
“Aqui não se fia!”
Imediatamente ele começou a divagar sobre o verbo “fiar”...
- Se é o caso, qual “a melhor maneira” de lhe pagar?
Ele pôs sobre o balcão a soma requerida, enquanto que os seus olhos me enviavam insidiosas mensagens duma astuta sofreguidão de tudo saber a meu respeito sem ousar fazer qualquer esforço oral. Eu adivinhava nos seus olhos astúcias de audaciosas conquistas. Com um sinuoso sorriso, enviou-me um imperceptível beijo de despedida, dizendo até qualquer dia “se você quiser”, virando-me as costas e pondo os pés a caminho do Quartel. Vi-o afastar-se até à porta e os meus olhos embebedaram-se com a graça daquela imponente silhueta afastando-se de mim... nesse mesmo momento fiz-me uma promessa:
“Roque, um dia ter-te-ei nos meus braços, invadir-te-ei esse teu magnífico corpo, e compartilharemos recíprocos e diabólicos orgasmos!” Um dia serás meu!
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