lundi 20 juillet 2009
Receio obsessivo
Não sei bem o que se passa comigo esta manhã, mas ao olhar em frente não vejo nada senão aquele muro em frente onde alguém grafitou a palavra “End”, num vermelho berrante que não deixa nenhum lugar a dúvidas ou hipotéticos projectos. Como se o Futuro para mim tivesse deixado de porvir!
Indeciso, receosamente olho para trás, para o meu Passado, em busca de uma tábua onde todavia me possa agarrar, para ainda não, irremediavelmente submergir. Como bóias já me não acodem, restava-me o fazer do Passado Presente, esbracejar até à margem mais próxima em busca de algum chão onde ainda possa rastejar.
Fecho os olhos e, por detrás das minhas pálpebras, naquele lusco-fusco, deparasse-me o Convento de Mafra, em toda a sua lúgubre imponência, naquele majestoso segredo que há séculos nos oculta. Face a esse magnifico mosteiro, mesmo em frente, procuro o Café Estrela, onde possa dar um salto, porém, esse Café, sem um aceno, desapareceu na minha ausência, para dar lugar a outro qualquer comércio sem qualquer história.
Eu tenho uma história! A minha história! Essa história que tanto gostaria de contar aos netos que nunca me foram concedidos ! Cerro ainda mais os olhos e entro, virtualmente, nesse Café das grandes descobertas da minha já tão longínqua e atormentada adolescência. O Passado vem até mim, subtilmente, como num angustiado sussurro, suavemente balbuciando muitas das minhas já mumificadas recordações...
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