Instável, ansioso, sempre em busca de outras paragens, como se só estivéssemos bem onde não estávamos!
Eu gostava muito da casa da Vila Velha por ter um grande quintal e porque para ir para a escola só tinha que trepar a rua do hospital, rua onde também habitámos em outras duas outras casas, muito de passagem, não me deixando grandes recordações. Como a Casa do Capitão, da qual apenas guardo uma única reminiscência:
Mesmo em frente da nossa casa morava a menina Gracinda, uma simpática jovem senhora que instruía os meninos e as meninas antes da idade de ingressarem na Escola Primária. Minha mãe pôs-me nesse pequeno infantário para eu aprender o abecedário e contas de somar. Foi a Menina Gracinda quem me meteu no sangue este meu grande amor pelas palavras. Nas contas nunca tive bons resultados e foi talvez por essa razão que nunca saí da cepa torta. Estou certo que os meninos que gostavam de fazer contas singraram na vida e hoje estão algures a rirem-se de mim!
Também vivemos muito curtamente na Casa da Escola, que ficava mesmo em frente da minha idolatrada Escola Primária na Elias Garcia, aquela linda casa toda branca com barras muito azuis onde, nas mãos do Mauro, aprendi um pouco de História e Geografia e Aritmética e, sobretudo, o grande prazer de fazer as minhas redacções e leituras em voz alta para o Mauro e os outros meninos, prazer esse que me levaria um dia a fundar uma rádio nos contrafundos do mundo! Eu sou um comunica-dor!
A recordação mais vincada desses tempos foi a da minha carteira encostada à parede da aula, muito perto do quadro. Eu compartilhava essa carteira com o Emanuel, o filho dum colega do meu pai, que morava no Largo do Correio, onde já havia uma certa casa amarela com barras de tom azulado...
Depois da escola costumava ir com o Emanuel para casa dele para fazer os trabalhos da escola e... comparar o tamanho das nossas pilinhas...
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