jeudi 30 juillet 2009

O meu jeito para o desenho
















No outro dia de manhã, como habitualmente, levantei-me às seis e meia da manhã para descer e abrir o Café. Nessa mesma tarde o Carretas tinha a sua tarde livre e eu nem sabia como é que eu ia viver ainda tantas horas antes de me pôr na mota, atrás do Roque, agarrando-me a ele para não caír. Era a primeira vez que eu ia andar de mota. Era a primeira vez que eu ia sentir o corpo do Roque junto ao meu, sentir os seus odores... O tempo parecia rastejar e eu queria que o tempo voasse!

Nessa mesma tarde, depois do Carretas ter desarvorado, estava eu a fazer o retrato da Greer Garson para matar o tempo, sem me aperceber ainda que era o tempo que já começava a matar-me a mim, quando o Roque veio por detrás, plantou a sua mão sobre as minhas reclinadas costas e clamou:

- Caramba! Que surpresa! Você tem realmente muito geito para o desenho! Espero que também tenha assim tanto geito para algumas outras coisas...

Depois dirigiu-se ao balcão e pediu outra cerveja. A cerveja parecia-me ser a sua bebida preferida. Acorri a satisfazer o seu pedido. Uma vez mais ele olhou para o cartaz na parede, ao pé da telefonia, e pergunta cinicamente:

- Então você ainda não fia? Ou já fia?...

Nesse momento não percebi lá muito bem o que ele tentava insinuar com esta história do “fiar”, mas viria a sabê-lo eventualmente.

Depois falámos do nosso projecto de visitar o Sobreiro no dia seguinte e ele pergunta-me onde havia uma garagem para verificar os pneus da sua mota. Indiquei-lhe onde era a única garagem em Mafra nessa altura, no Canal. Ele diz-me “até amanhã, se você quiser” e sai para tratar de ir buscar a sua mota que guardava algures no quartel, para tratar do assunto dos pneus. Eu continuei o meu desenho até que outros clientes começaram a chegar, a precisarem dos meus serviços. Nessa tarde não fui ao correio nem arredei pé do Café até à meia-noite, quando eu e o Carretas subimos para irmos para a cama descançar de mais um dia.

Na cama, uma vez mais, não conseguia conciliar o sono! Eu não conseguia dormir e o Carretas tampouco! Ouvia-o engulir em seco. Era evidente que ele estava a masturbar-se. Aproveitei para fazer o mesmo e procurei controlar o meu orgasmo para ter o prazer de ejacular ao mesmo tempo que ele. Era apenas uma astúcia para que esse extraordinário prazer dum orgasmo não fosse, de um certo modo, um gozo solitário! Depois adormeci como um anjo e até sonhei com o Roque, a cavalo na sua mota, e eu muito agarrado a ele com medo de tombar...

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