lundi 20 juillet 2009

As margens do Lis


Inquieto, levantei-me e segui-o.
Ele levou-me até às margens do Lis.

Aí chegados, sentámo-nos na relva e ele pos-se à vontade. Tirou o casaco e a gravata, abriu alguns botões da sua branca camisa, pondo a nu os seus peitos cobertos de pelos muito longos e negros, onde os seus rosados mamilos eram como duas ilhas meio submersas. Os seus dedos muito brancos e longos sensualmente alisavam a espessa trunfa que generosamente lhe cobria os sólidos peitorais. A sua boca era como um vulcão. Sua língua muito vermelha e ponteaguda era como lava rebentando da cratera, alastrando sobre aqueles lábios em labaredas. Os seus olhos despiam-me todo, pondo a nu o meu assustador desejo de ser tomado de assalto, sem possíveis tréguas. Os meus olhos e o meu corpo consentiam nessa abordagem no alto-mar da minha puberdade ansiosa de ser devastada. Mas eu não ousava desfraldar as velas e desafiá-lo à abordagem, fazer de mim seu escravo, guardião dos seus tesouros.

Mariano ali estava, na minha frente, todo aberto, numa total oferta, eu imaginava-o todo nú, a propor-me o seu corpo todo à minha ânsia de o esmagar entre os meus braços, de o ter, intrépido, a cavalgar-me, a brutalmente penetrar-me até ao mais profundo do meu corpo ávido do seu, numa incontrolável alucinação, mas as minhas asas não ousaram abrirem-se em voos de condor em busca do ninho onde pudéssemos chocar os nossos ovos.

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