Voltámos a sentar-nos sobre a grande toalha em alvoroço e ficámos a contemplar aquelas altas vagas e sua magistral rebentação contra os rochedos.
Acedemos um cigarro e ali ficámos a olhar um para o outro, extasiados. Ele olha-me sempre com aquele ar interrogativo e novamente me pergunta se eu tinha gostado. Claro que tinha gostado. Estava pronto para outra grande cavalgada!
Ele novamente se repete: Gostaste?
Olhei-o fixamente e garanti-lhe que a sodomia era qualquer coisa de muito natural, que todos deviam experimentar!
Intrigado ele olha-me e diz-me que nunca tinha tentado tal afronta à virilidade.
Respondi-lhe que quem não obedece a esses caprichos da Natureza, nunca saberá o que perdeu!
Repentinamente soergue-se, finca-se num cotovelo, olha-me provocadoramente, e confessa-me que gostaria de provar. Provar a si próprio e a mim que o que eu acabava de dizer era um facto irrefutável. Agarra no tubo de Vaselina, põe um pouco sobre os seus dedos, e espalha-o entre as suas nádegas. Deita-se sobre o ventre e ordena:
- Amor com amor se paga! Monta-me e prova-me que o que disseste é realmente verdade. Se é tão bom como afirmas, não quero morrer estúpido. Anda! Fode-me!
Fiquei entre a espada e a parede. Há muito que andava a querer descobrir se ser activo era tão bom como ser passivo mas, desde aquele falhanço com a Balbina, tinha-me ficado uma espécie de falta de confiança em mim próprio.
Depois de algumas excitações e súplicas do Roque, trepei para cima daquele magnífico corpo ali à minha disposição e, mal o meu sexo roçou a sua macia pele ainda molhada, o meu repentinamente destemido pénis grita-me:
- Coragem! Vamos a isso! Experimenta!
Arrojei e, a medo, apontei o meu pénis ao seu fremente ânus e, num rasgo, penetrei-o duma só assentada! Dum só golpe trespassei aquele intestino apanhado de surpresa.
Roque deu um grito, não sei se de dor se de prazer. Eu, sem saber ainda que estranha força se apoderara de mim, repeti aqueles movimentos sincopados que tinha aprendido com tantos outros mas nunca utilizado.
Sentir-me dentro do Roque, no calor húmido do seu interior, foi a mais sensacional descoberta de todas as minhas descobertas! Senti-me talvez ainda mais orgulhoso de mim do que Vasco da Gama quando descobriu o caminho marítimo para Índia!
Mas aquele gozo foi tão intenso que rapidamente caiu o pano.
Fiquei deitado em cima do Roque até à minha última gota daquela estreia monumental. Eu parecia não mais querer sair dele.
Nesse curto espaço de tempo eu tomei uma decisão que me acompanharia toda a minha juventude, aparte algumas excepções:
Eu era o macho! EA partir desse momento eu seria sempre o macho!
Nesse momento descobri que eu ara activo, não passivo! E assim sempre o seria no futuro!
Após alguns momentos de absoluto silêncio, Roque novamente me pergunta:
- Gostaste?
A minha resposta foi:
- Agora é a minha vez de te perguntar a ti!
Gostaste?
Ele respira muito fundo e atira:
- Se gostei? Fabuloso! Que bom sentir um intruso dentro de mim usurpando a minha tão preciosa virilidade!
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