jeudi 16 juillet 2009
O beijo que tinha de ser dado
Ao passarmos pela Torre do Relógio, parámos um pouco para descansar da longa caminhada, das nossas secretas emoções nessa noite serena. Encostámo-nos à Torre do Relógio como que para nos resguardarmos de alguma iminente ameaçadora tempestade. O silêncio era apenas cortado pelo rumor das calmas ondas do mar e a brisa que meigamente acariciava as nossas faces ligeiramente cobertas por um ténue véu de neblina. Seus olhos, como labaredas, procuravam os meus. Os meus olhos, como indefesa presa morta por ser devorada, entregavam-se rendidamente em promessas de mil e uma noites. Mago afagando sua lanterna mágica, génio querendo evadir-se, caixa de Pandora semi-aberta...
O silêncio continuava a ser apenas interceptado pela branda cantilena do mar, o divino sopro de brisa sobre a nossa pele, o arfar dos nossos corpos em fusão...
Profírio, num ultimo gesto de coragem - decisão suprema - brutalmente aprisiona minha cabeça entre as suas mãos como garras e, finalmente mergulha desvairadamente a sua escaldante boca na minha, num beijo tão profundo, tão ardente, tão longo, tão longo que ainda hoje dura e perdura na minha fatigada memória!
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