Passaram-se alguns anos...
Inesperadamente, um dia ela telefona-me!
Haviam lágrimas na sua voz ao queixar-se que a tinham obrigado a deixar a sua casa e que a tinham posto à força num Lar perto de Mafra, que a tinham separado do seu cãozinho. Ela soava realmente miseravelmente desgraçada, porque a tinham proibido de levar o seu cãozinho que ela tanto amava! Pedi-lhe que me desse o número de telefone desse Lar para que eu a pudesse acompanhar telefonicamente no seu infortúnio, mas ela recusou:
- Não vale a pena!
Depois, pesarosamente, disse-me que lamentava não me ter deixado realizar-me sexualmente com ela quando eu era apenas um puto, que se ela tivesse consentido eu teria talvez vivido outra vida!
- Rogério, sei que fui o primeiro grande amor da tua vida! Gostaria agora que soubesses que tu foste o último grande amor da minha!
Minha voz, de joelhos, pediu-lhe que me desse o seu número de telefone no tal Lar para eu lhe poder fazer companhia de vez em quando, mas a sua resposta foi sempre:
- Não vale a pena! Não vale a pena!
Esta frase foi repetida cada vez que eu lhe implorava o seu malfadado número de telefone!
Não vale a pena!
Três dias depois deste telefonema que tanto me abalou, procurei contactar a nossa amiga comum, a Milu, para lhe perguntar se ela tinha esse tão suspirado número de telefone desse maldito Lar, mas o número da Milu já não existia! Lembrei-me então de telefonar ao meu irmão Elmiro, porque eles eram também muito amigos, mas o Miro não estava. Foi a Jesus que respondeu dizendo que o Miro estava no clube a jogar às cartas e que a Mariazinha já tinha sido enterrada!
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