dimanche 13 septembre 2009

O Hospital







A Anita mostrou-me o pequeno hospital lá existente, um hospital que só utilizei uma única vez quando tive dores de dentes. Fui lá à doutora, que fazia tudo e mais alguma coisa, que em vez de chumbar o dente chumbou-me mas foi a vida e o meu belo sorriso. Arrancou-me um molar sem qualquer anestesia. As dores foram horrorosas! Ela debatia-se desesperadamente para me arrancar o malvado do dente, como Adamastor contra as violentas vagas do mar revolto, mas como a coisa começou a sangrar e ela não podia ver sangue, desmaiou. Caiu-me a meus pés com o seu sanguinolento instrumento na mão. Gritei por socorro e como ainda não sabia Hebraico, limitei-me a simplesmente gritar desalmadamente. Ninguém apareceu e eu tive que acabar com o trabalho da senhora e arranquei o diabo do dente com os dedos. Depois de deitar o dente no lixo, agarro numa toalhinha, limpo-me do sangue e fui a correr para a rua para ver se encontrava alguém que socorresse a pobre senhora. Lá encontrei um kibutznique que foi levantar a velhota, que era de origem russa e que, mais tarde vim a saber, não falava uma palavra de Hebraico além de “shalom”! Ele deu-lhe um par de chapadas para a acordar, sentou-a na cadeira das suas vítimas e deu-lhe um golinho de aguardente que ele trazia na sua mochila e, logo a seguir, dizendo-me que era para desinfectar, pediu-me para eu também enxaguar bem a boca e deitar depois fora, mas como aquela bebida era tão saborosa, engoli algumas goladas para bem desinfectar e, aos tombos, voltei para o meu quarto e sobre a minha cama logo tombei.

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