jeudi 24 septembre 2009
O Minha Primeira Viagem Aérea
Por volta das três e meia uma avioneta aterrou e poucos minutos depois começaram a passar os poucos passageiros, pouco carregados, em busca dum táxi. Os conductores já conheciam os horários das chegadas e poucos minutos antes dessas aterragens, eles pululavam à volta do pequeno aeroporto como formigas à volta do açucar.
Fiquei parvo com o visual dos passageiros que certamente voltavam de curtas férias em Eilat. Eles e elas estavam tisnados até à medula e orgulhosamente exibiam os seus belos corpos. Os homens eram calções muito curtos, sandálias, e camisas abertas de alto abaixo, as moças eram de mini-jupe até ao pescoço e decotes até aos joelhos! Mas, para nos lembrar certas injustiças da natureza, a fechar o desfile vinha um velhote a empurrar a sua esposa numa cadeirinha de rodas.
Uns dez minutos depois - penso que o tempo de limpar um pouco os assentos – uma senhora fardada vem à sala de espera e grita:
- Passageiros para Eilat, é favor subirem!
Os quantos passageiros que esperavam o avião das quatro, compuseram-se, agarraram nos embrulhos e começaram a caminhar sobre a pista, a caminho duma pequena avioneta. Quando vi o tamanho daquela coisa, eu que tinha um medo pavoroso de voar, que era a primeira vez que eu tomava um avião ou lá o que fosse, as pernas começaram a tremer-me como varas verdes, e vontade de vomitar, de urinar, defecar. Fosse o que fosse era uma boa desculpa para não por os pés naquele cangalho. Mas vi-me obrigado a ser o último a subir aqueles três degraus para embarcar naquele cadafalso! À entrada, a mesma senhora que tinha vindo à sala de espera arrebanhar os passageiros estava lá de pé, colada ao piloto. Ela cortou rasgou uma ponta do meu bilhete e ordena:
- Senta-te onde quiseres!
Em Hebraico não há o vocemecê. Há o tu para toda a gente. Que fossem varredores de ruas ou Ministros de Primeira Apanha! Sentei-me muito perto da porta, pois que os lugares à rectaguarda tinha sido todos abarbatados, em caso de queda. Aproveitei a oportunidade para regalar os meus olhos naquele petisco de homem-macho, que era o piloto. Comecei a compreender aquele boato de que os pilotos e as hospedeiras eram de levar para a cama sem perca de tempo, sem perca de avião! Ele era, além de um homem muito sedutor, uma presença, uma voz que punha todos os clitóris e algumas vergas de pé! Era uma sensual carícia que entrava pelos ouvidos e que por algum lado teria de sair! Ele levantou voo e, através dos altifalantes, começou a conversar connosco como se fossemos todos seus primos direitos. Bem, eu primo, não era, mas direito, estava! Era realmente um encanto ouvir aquela voz e todas a inforamções que nos ia dando: que o voo era 35 minutos, a altitude, e outras coisas mais a verem com aquele meu primeiro voo. O cagaço era de deitar abaixo o Marquês de Pombal, mas tinha de levar a minha cruz ao calvário! Claro que a senhora hospedeira não serviu nenhumas bebidas ou sandes. Limitou-se a tratar das suas unhas vermelhas como cortes em carne viva.
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