mercredi 23 septembre 2009
O Palheiro das Noites Escondidas
Ganhei bastante prática profissional no Ginton, assim como arrecadado grandes memórias a reter para o resto dos meus dias. Como neste momento, escrevendo-as! Mal vejo o teclado. O azul do céu misturando-se com o azul safira do lago, o beije das montanhas, os odores, o silêncio daquelas noites luarentas e estreladas, ofuscam-me a visão. Procuro desesperadamente as teclas sobre as quais tenho de matracar para por sobre o papel todas estas grandes emoções, esta grande saudade tão semelhantes às saudades da minha meninice sob o céu azul de Portugal!
Como nunca ousei tentar seduzir o Dov, bastaram-me alguns duches juntos e ensaboadelas de certas partes do corpo que incham facilmente. A solução foi encontrada no palheiro que havia no quintal dos pais do Yossy, o ondulante criado de mesa da esplanada à beira do Mar da Galileia. O Yossy dava-se todo, mas era totalmente passivo e isso tornava dum certo modo as noites um tanto fastidiosas. Um corpo que pede, também gosta de dar! Havia sempre aquele receio constante de sermos surpendidos pelos pais dele que travava um pouco a ânsia de gritar bem alto os frouxos grunhidos de dois corpos que queriam rasgar o horizonte dos desejos incontroláveis!
Além do Yossy, para quebrar dias rotineiros, as visitas ao meio da noite, no hotel, eram muito regulares. Quando recebia novos hóspedes logo o meu faro me dizia quais os peixes que eram bons para a minha rede ou para serem atirados ao mar! De vez em quando, uma subidinha a um quarto “single” a guiar os passos de algum sonâmbulo, vinham fazer transbordar a minha taça. Depois o deslumbramento do corpo do Dov que se dava todo aos meus olhos e, talvez - se eu tivesse tentado - também ao resto do meu corpo todo! A minha sexualidade foi, durante esses três meses, bastante equilibrada. Muito mais equilibrada do que aquela dum senhor reformado que, apressadamente, escreve agora as suas memórias antes que elas lhe fujam para longe demmais!
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