jeudi 24 septembre 2009
A Porta Para Além do Infinito
Ontem escrevi 5 páginas acerca dos meus três meses passados em Tibérias quando, ao escrevê-las, o meu teclado pareceu desaparecer sob aquelas azulinas águas do lago Kinéret, onde , segundo a lenda, Jesus costumava passear de vez em quando. E, estranhamente, os meus dedos pareciam mergulhadores es busca dessas pérolas chamadas teclas, que também pareciam transforem-se em rosadas teias de corais. Deitei-me tarde e imediatamente mergulhei num sono profundo. Em vez de pesadelos, para variar, um sonho muito singular se apossou de todo o meu adormecido ser.
Nesse meu sonho vi um grande amigo dos tempos de Israel - o Preizach - dar-me as chaves duma casa em Jerusalem, Essa casa era minúscula. Só havia uma pequena sala e dois quartos. Digo-lhe que a casa era demasiado pequena, que não havia espaço que chegasse para abritar todos os meus sonhos e anseios. Ele aponta-me uma porta e diz-me que era a porta que dava para o quintal. Pede-me para abrir essa porta, pois que no meu quintal haviam os cinco continentes, o mundo inteiro à minha espera! Abri essa porta e o quintal era imenso! Estavam lá a crescer o meu loureiro e a pequena árvore que um criado de mesa, em Santorini, que se apaixonara por mim, me dera quando parti, como recordação dele. Pediu-me para a trazer comigo para Paris, plantá-la no meu jardim e, assim, ela poderia crescer perto de mim, e cada vez que eu olhasse para ela, eu pensaria nele! Curiosamente, ele estava realmente apaixonado por mim e nunca dei por isso. Só no dia da despedida é que ele me propos aquele pequeno abeto, escondendo nervosamente as suas lágrimas! Ambas essas árvores pareciam querer trespassar o céu! Havia um pequeno muro que separava o meu quintal do resto do mundo. Abri essa cancela e depara-se-me uma imensa esplanada que circundava o horizonte. Sentados nessa imensurável espaço, perdidos entre a regorgitante multidão, acenando-me, desejando-me as boas vindas, estavam lá todos aqueles que tanto amei, e que tinha perdido ao longo dos anos que também me vão matando. Eu não queria acreditar! Eles estavam lá todos à minha espera e eu procurava abarcá-los tods num só abraço! Mas os meus braços trespaçavam-nos sem os tocar! E eles, os meus pais e todos os meus rmãos, continuavam a acenar-me! Além deles estavam lá também, muito agitados, a estenderem-me os braços, a Amália Rodrigues, a Florbela Espanca, o Fernando Pessoa, a Golda Meir, o Ben Gurion, a Carmen Dolores, o Rogério Paulo, a Miriam, o Miki, a Hella, a Orit, e tantos outros mais. Quem seriam eles todos? Que queriam eles de mim para assim continuamente esbracejarem na minha direcção sem conseguirem alcançar-me?
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