mardi 15 septembre 2009
O autocarro número 68
Antes de deixar o Café, ao aperceber-me que tinha de me despachar na vida para arranjar trabalho e um ordenado para pagar as minhas despesas diárias, chamei o empregado para lhe perguntar como como chegar a Tel Aviv, à Dizengoff, Café Kassit. Ele, acariciando as suas belas coxas, disse-me que era muito fácil. Bastava apanhar o autocarro e estaria na Dizengoff, pedir ao chófer para descer na primeira paragem da Dizengoff, mesmo em frente do Kassit, em dez minutos. Que autocarro? Perguntei! Ele olha-me muito espantado e diz-me, ajustando os seus belos caracóis loiros:
- Daqui até Tel Aviv, e vice-versa, só há um autocarro, o 68! A paragem é ali mesmo em frente do outro lado da rua, um pouco mais abaixo.
Agradeci-lhe com um sorriso. Esqueceu-me completamente daquele gesto automático de deixar uma gorjeta!
Apanhei o meu 68. Eram aí umas nove da manhã e o autocarro estava quase vazio. Sentei-me junto a uma janela e preparei-me para descobrir Tel Aviv através da conspurcada janela. Fazia já bastante calor! Abri a janela para um pouco de brisa. O autocarro arrancou e logo comecei a ver o deserto caminho para Tel Aviv. Até à Torre Elite, o caminho era saibro e nem uma única casa. A partir dessa torre o caminho mobilou-se de prédios duma arquitectura totalmente nova para mim. Nada a ver com a da Fontes Pereira de Melo! As casas eram todas iguais. Máximo dois andares e cada janela era uma varanda com gaiolas de pássaros e roupa estendida secar. Era realmente muito pitoresco.
Quando começámos a entrar em Tel Aviv gritei ao “nahág” (chófer) de se lembrar de mim, para que eu descesse na paragem frente ao Kassit. Ele responde-me também aos berros:
- É já na próxima paragem.
Desci na dita paragem e o ambiente era inteiramente diferente. A Dizengoff era uma avenida bastante curta carregada de esplanadas a regurgitar de gente, mas com muito movimento de carros e pessoas apressadas, todas de calções muito curtos e camisas abertas até ao umbigo.
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