mercredi 30 septembre 2009

A Muda Guitarra
















A vida continuou a sua rotina. Tanto no hotel como em casa. Eu ia para a cama com quem podia. No meu quarto ou no seu! O Miki, penso, de vez em quando ia às putas. Miki acabou por me aceitar tal como eu era e não como ele e o Moshé tinham insinuado que eu poderia ter sido. O Miki passava mais tempo em casa do que na galderice. O Garcia e o Moché entravam e saíam quando lhes apetecia! Para o Miki isso começou a ser a coisa mais normal da vida. Gostava mesmo de se mostrar comigo na rua, e se alguém se voltasse ou olhasse mais fixamente, ele perguntava abruptamente:


- מה יש? אף פעם לא ראיתה

(O que é que há? Nunca tinhas visto?)

Miki começou a tirar-me muitas fotos como recordação desses belos tempos que vivemos em Eilat. Uma das mais bonitas foi aquele que ele me tirou a fingir que tocava guitarra, empoleirado na janela do meu quarto, que dava para o deserto! Ele tinha comprado uma guitarra em segunda mão para aprendermos a tocá-la, mas nunca encontrámos um professor que nos ensinasse a tocar esse instrumento. Os únicos que nos poderiam ter ensinado eram o Nissim e o Yossy! Mas eles trabalhavam até altas horas da manhã e depois dormiam o dia todo. Nada a fazer! Resolvemos guardar essa bonita guitarra para decorar a sala.

Essa guitarra ainda existe. Encontra-se agora encostada a uma outra parede. A parede da sala do Miki, em Herzelia! Só que, o Miki já não lhe toca! Nem nela, nem em mais nada, nem em mais ninguém! Espera-me algures para de novo ficarmos juntos para todo o sempre, lado a lado! Eternamente!

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