mercredi 23 septembre 2009

Tibérias - a - Bela Adormecida ...











A rotina instalou-se: uma semana eu trabalhava de manhã, outra semana da parte da tarde, e outra semana de noite. Eu apreciava estas mudanças de horários pois que isso me dava oportunidades de gozar manhãs livre, assim como também tardes livres. O trabalho de noite era mais árduo, mas também cheio de pequenas surpresas agradáveis. Antes de mais nada era preciso encontrar a prova dos nove a todas as contas dos hóspedes, e outros detalhes difíceis de explicar. Uma coisa era certa: a partir do momento que o nosso trabalho estava terminado e resolvido, tínhamos o resto da noite para dormitar ou, como algumas vezes, no meu caso, ir aconchegar um hóspede com problemas de insónias. Coisa que era totalmente contra os regulamentos, mas a pessoa que fazia as noites era um senhor reformado que era realmente um homem que não tinha ideias estreitas e que compreendia e aceitava naturalmente certos desvios da natureza humana, e me dizia que a vida era curta e devia ser bem aproveitada!

Quando eu desaparecia por uma hora ou duas, quando voltava ele perguntava sempre:

- Valeu a pena?

Claro que ele nunca ouviu falar do Fernando Pessoa, mas eu costumava sempre responder-lhe - no gozo:

- “Tudo vale a pena quando a pichota não é pequena”!

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