mardi 29 septembre 2009

Um Homem Nu em Akabá








Uma noite, depois de ter acabado o meu turno com a Cynthia, o Miki veio buscar-nos para um passeio no Negev. Cynthia teve uma ideia brilhante: como o seu pai já tinha ido para a cama e normalmente deixava as chaves do seu carro em cima da sua mesa de cabeceira, ela assegurou-se que ele já tinha adormecido, e foi surripiar-lhe as chaves do seu carro. Como a Miss Petersen estava nas redondezas, convidámo-la e ela aderiu. Fomos no carro do Mr. Neiland por esse Negev fora. O Miki ia a conduzir e passou-lhe pela cabeça fazer uma espécie de fórmola Eilat-Bersheva e acabámos quase em cima de três palmeiras mesmo à beira da estrada. A Cynthia gritou: “ai o carro do meu pai”, e eu gritei: arre-gaita, meti-me com malucos.

Saímos do carro e fomos dar uma passeata pelo Deserto. A lua cheia iluminava a imensa paisagem de dunas de areia adormecidas à nossa volta. As estrelas cintilavam e pairava no ar o desejo da Cynthia de levar o Miki para detrás das dunas, mas o Miki parecia mais interessado na Miss Petersen. Miss Petersen tinha o grande vício de me espreitar quando eu ia tomar banhos de sol todo nu junta à fronteira com a Jordânia, e andava sempre a tirar fotografias a tudo o que lhe passava pela frente para a sua colecção do Negev. Eu não fazia parte do Negev mas ela não resistiu à tentação de me fazer, sem que eu me apercebesse, dezenas de fotos minhas todo nu, deitado em cima da minha toalha, a ler um livro, ali à beira do golfo de Akabá. Ela deu-me algumas cópias dessas fotos, as quais passaram a fazer parte daquele “meu tesouro” que um dia foi engolido pelas águas revoltas da Mancha, durante uma violenta tempestade. O mais interessante desta história é que, há tempos, ao navegar no meu computador, deparasse-me a foto duma pintura que estou certo foi inspirada numa dessas fotos!

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