lundi 14 septembre 2009

Rotina










Os dias foram passando sem grandes imprevistos. Trabalho no campo durante a manhã, banhocas nos duches dos homens com as “gracinhas” inocentes do costume - a brincar a brincar vai o macaco à mãe; as corridas para o Chadar ha’óchel para o almoço; as pequenas sestas no ambiente quente e húmido das barracas logo seguidas doutro duche e doutras apalpadelas; a aula de Hebraico com Ruti; os intervalos das aulas com a Ruti a vir tomar café ou chá no quarto de alguns dos pupilos; os inevitáveis regressos à aula; outro duche e fazer a barba antes de jantar; lenta passeata até ao Chadar ha’óchel; as reuniões à noite de todos os ulpanistas sobre a relva do largo do Ulpan com a minha imponente árvore se baloiçando silenciosamente depois daqueles por de sol de inesquecível deleite; os trabalhos da escola feitos entre nós à luz do luar imenso; as idas à Beit Tarbute para ver um filme, cada qual carregando a sua própria cadeira do seu quarto; o curso de danças folclóricas e cantigas tradicionais Judaicas todas as sextas-feiras à noitinha; as saltadas à piscina sempre que se podia; os cafezinhos frequentemente em casa do Yakov e Shulamite com grandes dedos de conversa, bom para o meu Hebraico; as escapadas à noite à piscina com a Miriam para fazer amor aquático à luz da lua; as minhas fugas ao palheiro para as minhas fugazes e verdadeiras idas ao Sétimo Céu com o Gerry – idas e voltas feitas à pressa para o comboio não descarrilar; as minhas grandes lutas nocturnas com a Miriam para tentar cumprir as minhas obrigações maritais; quase todos os Shabbats passados com a Miriam naquele lago natural idilicamente plantado aos pés da Gilboa; as idas de assalto a Afula ver gente e tomar um café e fazer algumas compras; dos belos serões com a Miriam a tocar piano na Beit Tarbut para mim e outros convidados. Ela tocava muito bem e eu ensinei-lhe uma cantiga brasileira do Agostinho dos Santos, que eu cantarolava pelas ruas de Lisboa: “A Noite do Meu Bem”. Música essa que um dia foi gravada pelo namorado da Anita, e que ainda hoje conservo aqui entre as minhas cassetes áudio. E tantas outras coisas mais que o vento levou...

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