lundi 28 septembre 2009

As Drogas do Beira Mar
















A minha penúria de sexo começou gradualmente a apoderar-se do meu corpo, de todo o meu sistema nervoso! Algo teria de ser feito no sentido de calar esse meu corpo que constantemente me pedia esse extraordinário prazer físico que, para mim, era como pão para a boca! Comecei então a vadiar pelos contrafundos de Eilat em busca duma bucha. Porém, à noite, Eilat era uma vila morta. Só lá em baixo, nas margens da praia, se esbarrava com outros mendigos desse mesmo linimento. Muitos deles estavam apenas de passagem para certamente curtas férias ou, muito mais frequentemente, em busca de droga. Nesse tempo o já então muito popular Haxixe, do qual uns eram dependentes, outros que, igualmente, faziam um negócio vergonhoso desse maléfico ingrediente. A única droga de que eu era e sou dependente é o tabaco. Fazia-me pena ver os dependentes desesperadamente procurarem Haxixe por toda a parte, como eu tanta vez fiz em relação ao tabaco. Eu seria capaz matar por apenas um maço de cigarros quando as tabacarias estavam cerradas! Jurei a mim mesmo nunca tentar outras drogas. O Tabaco era mais do que suficiente para fazer de mim um escravo! Comecei a fumar por causa de, quando era puto, ver os homens fumar por toda a parte, e eu também queria ser muito homem. Depois haviam aqueles gigantescos cartazes a anunciarem Marlboro, com aquele belo machão de calças muito justas e chapéu à três pancadas, em cima dum belo cavalo, a insinuarem e sugerir aos homens que para sê-lo era absolutamente necessário fumar Marlboro. E nós, os imbecis, deixávamo-nos ir na conversa. Éramos, somos, e sempre seremos, uns manipulados dessas publicidades e desse repugnante “marketing” nas poderosas mãos de detestáveis malabaristas que só pensam nos lucros, ignorando expressamente todos os inconvenientes que isso possam trazer à saúde dos consumidores, e da Natureza. Revolta-me estar ao corrente de que andam por aí a abater vigorosas árvores, o pulmão do nosso planeta, para fazerem prospectos que invadem as caixas de correio de cada um, prospectos esses que são apenas atirados ao lixo sem sequer serem lidos! Por isso eu não queria novas drogas a fazerem de mim mais uma outra vítima dessa ignóbil manigância de certos oportunistas sem respeito pelos outros. Comecei a evitar essa praia à noite pois que havia Haxixe por toda a parte a contaminar aquele leve ar puro das quentes noites de Eilat. A minha outra droga, além do tabaco era o inevitável coito, essa artimanha da natureza para que todas as raças se reproduzam. Nesse campo eu não podia fugir à regra. Uns procuravam Haxixe, eu apenas um bom traseiro do qual eu era um insaciável adito. A outra grande droga que a Sociedade me fazia ser totalmente dependente, era essa chamada Dinheiro, com a qual se pode comprar outra grande droga: o Poder! E pelo qual, neste mundo, andam por aí muitos carnívoros à solta nesta impiedosa selva chamada Terra! Terra de todos e de ninguém, pois que, seja quem for, só estamos de passagem!

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