mercredi 16 septembre 2009

A Praia da Apollonia











A Beit Leherfeld era um encanto de casa. Velha, mas cheia de conforto e pitoresco. Fui aí tão feliz durante tantos meses que passaram tão depressa. Era um regalo deixar o Hod de manhã às sete da manhã, depois do pequeno-almoço, um beijo na Rosa, e um “repenicado” no Haim, ir a casa vestir o meu bikini e assim, meio nu, ia a pé até à praia do Sharon. Nessa praia também comecei a ser bastante popular por causa do meu negócio de bikinis e era conhecido pelo “goy”! Ao fundo dessa praia havia um pequeno desvio, uma pequena praia para onde ninguém ia, talvez por ser um pouco retirada, o que implicava uma bastante longa caminhada. Essa praia era um pequeno paraíso sobre a terra. Era apenas um pequeno espaço de areia doirada, muito fina, e um grande rochedo ao meio, permanentemente enxaguado por aquele irrequieto mar dum verde transparente onde pequenos peixes de muitas cores se colavam aos corais dos quais se alimentavam. Como essa pequena praia era muito recôndita e fora de vistas, adoptei-a para a minha velha mania do nudismo, para que o meu bronzeado fosse integral e sem marcas dos dois triângulos do meu bikini. Passava aí manhãs de sonho a ouvir o mar, a sentir o sol a beijar-me o corpo todo, e a ler um bom livro.

Um dia porém tive visitas. Fui topado e dei ideias aos passantes que, muito rapidamente apostaram nesse pequeno paraíso. Não muitos dias depois comecei a ter vizinhos que se desnudavam e se deitavam languidamente sobre a fina areia, quase a meu lado. Como eu não podia ver uma camisa nova a ninguém e era - sou e sempre serei - muito comunicativo, depressa fiz amizades, muitas das quais muito pouco platónicas que acabavam em orgias divinais banhadas docemente pelas águas mornas e tranquilas do Mediterrâneo. Muitos desses biscates acabavam muita vez por seguir-me até à Beit Leherfeld para tomarem um duche, um café, outra pirocada e algumas outras fantasias.

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