mercredi 16 septembre 2009

Room-Service















À tardinha eu voltava a casa para me barbear e tomar um banho e depois apanhar os meus dois autocarros para estar no Hod a tempo e horas para tomar as rédeas das mãos do Ronny. Como durante a noite o meu trabalho era apenas responder ao telefone e fazer as contas correntes do hotel, fazer a “room-list”, dactilografar os menus da Rosa, dar e receber chaves dos hóspedes que partiam ou chegavam. Algumas vezes também servir-lhes uma bebida ou fazer-lhes uma sandes, e frequentemente escutar os seus problemas familiares, económicos, políticos e tantos intermináveis desabafos, alguns dos quais, urgências ejaculatórias.

Eu tinha imenso tempo livre para as minhas ocupações profissionais. Algumas vezes alguns dos serviços requisitados eram eu subir aos quartos de “certos” hóspedes para reparar o seu autoclismo, mas ao chegar verificava que o raio dos “autoclismos” estavam na ponta da unha e mal eu tocava na “maneta” levava logo com uma enxurrada nas trombas! Eram jovens autoclismos a rebentarem duma pressão incontrolável. O problema era que muito frequentemente os autoclismos enchiam-se novamente até transbordar e lá tinha eu de subir outra vez aos quartos para tratar do assunto. Como dizia a minha mãe:

“Morra Marta Morra Farta”!

Uma vez, um belo e muito loiro sueco, com o seu autoclismo sempre empanado, telefonou três vezes a pedir socorro. Eu achei que ele estava a abusar dos meus serviços e, cinicamente, disse-lhe que lhe daria o número de telefone dos bombeiros para no caso de ele ter mais problemas de autoclismo, ele os chamar em vez de mim, que eu tinha mais que fazer! Ele ficou tão surpreendido que me pergunta qual a minha nacionalidade. Disse-lhe que era de Portugal, esse belo país onde as vacas só eram ordenhadas uma vez por dia! Ele ficou tão acanhado com a minha resposta que, depois, quando à noite, ao regressar ao Hod, passava pela recepção , de cabeça baixa, pedia-me a chave. Depois, sem se voltar, subia ao seu quarto. Meia hora mais tarde ele telefonava e quando eu respondia ele borregava. Eu, como borreguinho obediente, metia o rabinho entre as pernas e subia para mungir a minha vaca leiteira. Um dia ele quis dar-me uma gorjeta e eu disse-lhe que eu não era nenhuma puta, que era apenas um gajo cheio de boa vontade e sempre pronto a render serviço a vacas duma só teta!

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