mardi 15 septembre 2009

A Família Kimche

















O Hod depara-se-me um bonito jardim e um pequeno hotel ao fundo. Apanho a carril que obviamente me levaria à recepção do hotel e lá chegado, à esquerda, uma pequena recepção com um pequeno balcão, por detrás do qual uma sisuda senhora aí dos seus 50 anos, suspende a escrita que estava fazendo, olha-me mudamente numa interrogação. Digo-lhe que gostaria de falar com a Mrs. Kimche. Ela responde-me que era a própria! Ela era Inglesa e como ao telefone tínhamos falado essa língua, ele questiona-me:

- Are you Ruben, who called me yesterday about the job as a night-porter?

Nessa manhã só falámos Inglês. Ela mostrou-me o hotel todo. Era um pequeno hotel com 30 quartos espalhados por três pequenos andares. Mostrou-me a cozinha e a Grande Sala, depois fomos discutir o negócio para o quarto 21, mesmo ao lado da recepção, que era o quarto dos patrões e ao mesmo tempo o seu escritório. Um cavalheiro dos seus 60 anos estava sentado a uma secretária fazendo as suas contas, e a um canto, ao fundo, ao pé da grande janela que dava para jardim, uma bonita mulher aí dos seus 40 anos pedalava numa máquina de costura. Mrs. Kimche apresenta-mos como sendo Mr. Kiche, seu marido, e a outra senhora como sendo a Malka, a sua secretária. Depois explicou-me que o hotel tinha sido construído recentemente, que não estava ainda completamente acabado.

Depois de ter trocado umas frases em Alemão com o marido, Mrs. Kimche levou-me à Grande Sala - como ela lhe chamava - para me oferecer um chá. Momentos depois Mr. Kimche junta-se a nós também para um chazinho e ao mesmo tempo bombardear-me com perguntas. As perguntas habituais nesses tempos em Israel:

De que país é? Quem foram os seus pais? Que estudos tem? Que o trouxe a Israel? Tenciona instalar-me definitivamente? É Judeu?

Respondi a todas essas perguntas sem mentir ou disfarçar. Quando disse que não era Judeu receei que a conversa ficasse por aí mas, para minha grande surpresa, eles perguntam-me se eu aceitaria trabalhar para eles por 300 Liras por mês. Essa soma era bastante razoável. Aceite! Explicaram-me o que seria o meu trabalho: fazer o turno da noite, das 11 da noite até às 7 da manhã, responder ao telefone, receber os hóspedes quando os tivessem, regar o jardim de manhã antes de acabar o meu turno, fazer as contas correntes do hotel, ser sempre muito respeitoso e pontual! Assinei o contrato e ficou o caso arrumado! Perguntaram-me quando é que eu podia começar. Respondi que estaria às ordens deles logo que o hotel estivesse pronto. Mrs. Kimche disse que o hotel estava quase pronto, que só faltava fixar as cortinas que a Malka estava a confeccionar, e que tudo estaria finalizado em duas semanas! Mas que eu podia começar já no dia seguinte, para ajudar a Malka a instalar as cortinas, a arrumar os móveis nos quartos. Informei-os de que estava a trabalhar numa Gelataria no Kikar Dizengoff e que ia falar com o patrão para ver quando ele me podia dispensar. Ficou resolvido que eu viria o mais rapidamente possível.

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