lundi 28 septembre 2009
As Minas de Salomão
Eventualmente, Miki realizou o seu grande sonho de começar a fazer os turnos diurnos. Quando o Mr. Neiland o informou que ele iria fazer esses seus tão almejados horários, ele atira ao sorumbático director:
- Obrigado, mas só aceito com uma condição! Quero o Carmo para me assistir! Ele é um desperdício a trabalhar de noite. Ele vale mais do que isso!
Isto feito, começámos, não apenas a compartilhar o mesmo apartamento, como também os mesmos turnos! Ele começou a tomar gosto pelo apartamento e também, de vez em quando, chegava a casa com mais algum atributo para que a casa ficasse cada vez mais aprazível. Começámos a dar grandes voltas de Lambretta, para me fazer conhecer certos recantos do Deserto do Negev. Um deles, as Minas de Salomão, esse espectacular monumento da prodigiosa Natureza! Foi aí que encontrámos um belo israelita de Tel Aviv que trabalhava nessas minas. Falámos acerca do que é viver e trabalhar ali sepultado no ventre do Deserto, sem ter onde ir: um Cinema, um Café, um Restaurante! Ele, o Moshé, informa que ia frequentemente a Eilat para um passeio à beira-mar, tomar um café, e ver gente. O problema era que ele nunca podia ir ao cinema, porque para isso teria de ir de Jipe, e uma vez, de regresso à sua tenda, foi atacado por beduínos que o maltrataram para lhe roubar a carteira, e que não lhe tinham roubado o Jipe porque eles tinham os seus camelos pessoais que não queriam abandonar no Deserto. O Miki, um tanto confrangido, oferece a nossa morada ao Moshé, para quando ele quisesse ir ao cinema, que fosse, que podia dormir na nossa casa, na outra cama da sala. Ele ficou muito sensibilizado com a oferta e ofereceu-nos a sua tenda, para vivermos essa grande experiência que é dormir no meio do deserto do Negev. O Miki disse-lhe que ele podia vir quando quisesse, pois que, à noite, estávamos quase sempre em casa!
Inscription à :
Publier les commentaires (Atom)
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire