mercredi 16 septembre 2009

A Boutique do Victor













Nas noites menos acidentadas eu aproveitava para fazer bikinis para os meus clientes de Tel Aviv. Como fazer os bikinis de pano era muito trabalhoso, decidi comprar novelos de fio sintético - para secar mais depressa - e comecei a fazer bikinis de croché de todas as cores possíveis e imaginárias. Levava-os comigo para a praia do Dan e aí os vendia aos meus clientes, sem lhes tirar as medidas, porque os meus bikinis de croché eram mais elásticos, e aquilo servia a toda a gente e todos os “tamanhos”. O sucesso foi tão grande que chegou aos ouvidos do proprietário do “Chez-Victor”, ali no Largo de Mograbi, que era uma botique de roupas de homem, roupas que saíam do comum e que modernizava bastante o visual do homem que queria esquecer que os seus tempos de Kibbutz eram coisas do Passado! Para começar tive de “tirar as medidas” ao Victor, fazer-lhe um bikini, e quando este pronto, verificar que lhe “assentava“ bem. Aí a minha produção de bikinis aumentou dum dia para o outro, pois que o Victor punha-os muito bem expostos na sua vitrina. Os homens passavam, olhavam para a montra, ficavam uns momentos como fascinados, e depois entravam e perguntavam o preço. O Victor propunha-lhes eles entrarem na cabine, “enfiá-los” e ver se lhe ficavam bem. Ele ia à pequena cabine para ver se estava tudo bem. Acomodava-lhes bem a “coisa”, e o cliente saía satisfeito com a compra e os serviços prestados gratuitamente. Duma maneira geral, os nossos clientes já eram “bem servidos” antes de provar os meus bikinis! Como o Victor costumava dizer, os meus bikinis custavam ao freguês 20 Liras, mas que depois, bem “recheados”, valiam ainda muito mais. Com este negócio, tanto eu como o Victor enchíamos as medidas aos nossos clientes e ambos fizemos umas coroas e muitas poucas-vergonhas com a nova moda das praias de Tel Aviv.

Tive mesmo casos de senhores muito importantes, como um belo dançarino da Ópera de Tel Aviv que, como mais alguns, muito discretos, preferiam que as medidas fossem tiradas ao domicílio. Assim conheci muito boa gente a quem eu tinha de tirar as medidas a correr, pois que eles tinham de ir buscar os filhos à escola ou a esposa estava a chegar de um momento para outro. Eu era então um bom “pedaço” e muito admirado na praia, pelo meu belo corpo muito bronzeado. A tal ponto que um dia fui eleito Mr. Mar por um grupo de raparigas estouvadas, que me consideraram o corpo mais bonito da praia do Dan.

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