mardi 29 septembre 2009
Tudo Experimentei na Vida!
Outra coisa curiosa que aconteceu no hotel, com o Mr. Neiland, foi que ele, um dia, ao passar pela recepção, ao ver-me a trabalhar ao lado da loira Bárbara e, como eu também estava bastante loiro por causa do sol misturado com um pouco de água oxigenada, veio até nós e, muito cinicamente, atira:
- Caramba! Dois loiros um ao lado do outro é bastante monótono! Já temos morenas, loiras, russas, a trabalhar aqui na recepção! Só não temos uma platinada! Olha, Carmo! Tu vais ser o primeiro platinado da recepção. Olha, vai ver a mulher do Zvika! Ela é cabeleireira, pinta o cabelo à Bárbara, que platine o teu!
Ele afastou-se e entrou no seu escritório. Bárbara olhou-me atónita e declara peremptoriamente que ela não se ia fazer platinada, que o problema era meu! Calei-me muito bem caladinho. Uma insidiosa idéia se tinha já alojado na minha cabeça louca: fazer um dia uma surpresa a todos! Mr. Neiland, Bárbara, e todos os outros!
Poucos dias depois vou falar com a mulher do Zvika e contei-lhe a história do Mr. Neiland. Ela achou graça à idéia, que estava certa que me ficaria bem ser platinado e, assim, ficou combinado que eu passaria pelas suas mãos, para ver quais seriam as reacções de todos no hotel.
Um certo domingo, volto à mulher do Zvika, entrego a alma a Deus, e pus-me à disposição dela. Sentei-me na sua cadeira e fiz as minhas preces. Meia hora depois vi-me ao espelho e nem sequer me reconheci. O meu cabelo estava como prata bem areada! E ficava-me bem! Parecia uma vedeta de Hollywood!
A primeira vez que o Miki me viu assim transformado, dá um berro e pergunta-me se eu estava bem dos cornos? Depois, muito divertidamente, passa-me a mão pela cabeça e diz-me, com ar muito matreiro:
- “Agora até eu te ia ao cu”!
Imediatamente me pediu para ir lá fora para me tirar o retrato. Sentei-me em cima da sua Lambretta que estava mesmo em frente da nossa porta, e o Miki fez-me uma foto. Essa foto ainda a tenho aqui religiosamente guardada, como se fora uma relíquia!
No dia seguinte, ao chegar ao hotel para fazer o meu turno da tarde, ficaram todos banzados! A Bárbara nem queria acreditar! Mas que me ficava melhor do que o meu cabelo oxigenado que parecia trigo pronto a ser ceifado. O Mr. Neiland, quando passou e me viu parou na minha frente, mirou-me durante uns segundos e, depois, clama que tinha dito aquilo na brincadeira, mas que a partir de agora eu passaria a ser a sua diva!
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