mercredi 16 septembre 2009
O Famoso Bikini
De manhã, depois do pequeno grande almoço, eu apanhava o freio nos dentes e só parava em Givataim! Mal chegado a casa tomava um duche e ia dormir oito horas. Por volta das quinze horas eu acordava, frequentemente acordado pelo arrolhar dos pombos que, tal como eu, queriam “petiscar” – molhar o pincel - pelo menos três vezes por dia! Lavava a fuça, vestia-me a correr, e descia para fazer as minhas compras e tomar um café lá em baixo com o Joachim. Isto quando não era ele que subia a correr com o meu cafezinho e pita com doce. Isto, um pretexto para também uns breves momentos de arrolho, tal como os pombinhos. Como lhe disse uma vez: - Porra, somos piores do que os coelhos! Rápidas e constantes!
As tardes passava-as em Tel Aviv onde eu ia muitas vezes tomar um banho de mar frente ao Dan Hotel. Aí comecei a fazer amigos com aqueles que, como eu, gostavam de dar um mergulho ao por do sol. Como eu tinha deixado o meu fato de banho esquecido sobre a minha cama no Ulpan, agarrei numa velha cortina da cozinha, de quadradinhos encarnados e brancos, duas fitinhas de nastro, e confeccionei-me um pequeno bikini que deu que falar. Nesses tempos as mulheres usavam aqueles fatos de banho que só deixavam de fora as pernas e os braços, e os homens enfiavam calções sempre de cor escura, que os cobriam da cintura até aos joelhos, alguns mesmo com alças par cobrirem os mamilos.
Quando eu fiz aquela aparição com apenas dois triângulos de tecido atados ao meu belo corpo de então, as pessoas começaram a olharem-me de esguelha e a cochichar. Minutos depois essas olhadelas começaram a ser de desejo e não de troça. Um dia um tipo que tinha um corpo soberbo, que escandalosamente cobria com aqueles alambazados fatos de banho dessa época que nos privavam de gozar esses belos pôr-do-sol, que é um belo corpo de homem semi-nu. Ele acercou-se de mim e perguntou-me onde tinha eu comprado o meu bikini. Disse-lhe o tinha feito eu próprio. Imediatamente tive a primeira encomenda. Para tal obra, os meus clientes tinham de vir a minha casa ou eu a casa deles para que as medidas fossem cuidadosamente tomadas, para eu fazer um bom “trabalho” ... Para eu tirar as medidas adequadas, os meus clientes tinham de se despir completamente antes os meus olhos sôfregos. Infalivelmente, quando as minhas mãos tocavam aqueles corpos muito jovens cheios de seiva, fatalmente, para embaraço de ambos, os nossos ciclopes engordavam a olhos vistos. Oportunista como sempre fui, aproveitava sempre essas ocasiões para lhes provar que podíamos ir muito mais longe ainda nessa viagem, com o mesmo bilhete. Essa artimanha durou bastante tempo. Os meus clientes passavam a informação entre eles e a clientela começou a adensar-se porque, uma grande maioria deles tinham a curiosidade de vermos reciprocamente as nossas naturezas acordarem como balões que depois de bem insuflados levantavam voo, iam pelo ar. A particularidade que mais os atraía era o facto de eu não ser circuncidado e eles gostavam de apreciar aquela minha muito especial pequenina diferença. Talvez o meu balão subisse mais alto, mais até ao infinito, mas o meu balão subia e descia, subia e descia, e fatalmente vinha aterrar a meus pés, frequentemente antes das horas.
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