dimanche 13 septembre 2009

A Minha Barraca no Ulpan











Daí voltámos ao Ulpan, para ver se a Ruti já tinha acabado a aula, e nos podia receber em sua casa, para discutirmos da minha situação. Em casa dela, sentados à volta duma mesa muito redonda, tomámos um chá e biscoitos, e eles falaram em Hebraico acerca da minha pessoa e da minha possível estadia. O Melo volta-se para mim e diz-me que o curso de Hebraico da Ruti, que era um curso de seis meses, que estavam agora no terceiro mês de aprendizagem do “Ivrit”, como se dizia Hebraico em... Hebraico! Ela sugeriu que eu fosse para o kibbutz mais próximo, ali a dois passos, o Tel Yosef, pois que um curso iria começar dentro de dias. Mas eu gostei tanto de Beit Hashitá e da piscina e da Beit Tarbut, e do Chadar Ha’óchel – a grande casa de jantar – que, como a Ruti tinha igualmente sugerido, eu podia ficar em Beit Hashitá e esperar pelo próximo curso dentro de três meses. Que me dariam alojamento e comida e que em troca eu teria de trabalhar quatro horas por dia na lavoura. Aceitei! Eu sabia lá se havia piscina em Tel Yosef!
Levaram-me a uma dessas barracas de madeira no Ulpan, onde já se encontrava instalado um jovem Holandês, o Gershon. O quarto tinha três camas e três pequenos armários e uma grande janela que dava para as traseiras, toda coberta por uma fina rede, para evitar os mosquitos. Frente a essa janela uma grande mesa e uma só cadeira. Guershon estava recostado na sua cama. Ao ver-nos soergueu-se. Ruti apresentou-me a mim e ao Melo em Inglês, explicando que eu seria, a partir desse momento, o seu companheiro de quarto. Guershon levanta-se, apertou-me a mão, e diz-me “welcome”, ou seja: bem-vindo!
Guershon era um rapaz aí dos seus 20 anos, muito correcto mas distante. Talvez que no fundo eu não fosse mesmo nada bem-vindo! Provavelmente tinha vindo perturbar a sua privacidade. Uma coisa era certa, ele era o que se chama um bonito rapaz! Bom por um lado, mau por outro, pois que não sei como eu viveria a sua bela presença tão perto de mim e da minha cama sem o tocar para ver se ela estava maduro...
Ruti despediu-se e regressou a sua casa. O Melo tomou a outra cama por uma só noite, pois que na manhã seguinte teria de voltar para Jerusalem e o seu King David Hotel.
Ficámos uns momentos com o Gershon. O Melo falava-lhe em Inglês e eu sempre à cata das palavras para aprender essa língua que a partir desse dia me seria muito importante, pois que todos os outros ulpanistas, todos vindos de países diferentes, falavam entre eles o Inglês. Gershon diz-nos que são horas de ir jantar e lá vamos os três até ao Chadar Ha’ochel pelo pequeno atalho mesmo por detrás do nosso quarto. O Melo falava com o Gershon mas o Gershon só respondia sim ou não. Logo percebi que ele era de poucas falas e muito fechado em si mesmo. Pena! Eu que tanto gosto de conversar e agora para aprender o Inglês era de importância capital!

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire