Certa manhã o Istambul atracou no Porto de Nápoles, e eu e o Shaby e o Yossy fomos a terra por duas horas para ver um pouco da cidade e tomarmos um “capuccino” numa grande esplanada. Quando chegou a hora de abordar o Istambul, para não ficarmos em terra, corremos que nem loucos! Isto foi no dia 10 de Outubro de 1960! Tínhamos de estar de volta antes das cinco da tarde! Ao chegar ao barco, o Eyal fez uma grande cena de ciúmes e acusou-me de andar metido com tropas sem divisas. Andava com medo que o meu magala andasse por aí a fazer manobras por outras Armadas! Não foi problema. Nessa noite, depois de jantar, fomos até ao nosso barquinho e ele vingou-se! Foi ele quem, nessa noite de lua cheia, apontou o canhão e deu os tiros! Amor com amor se paga! Quem vai à guerra dá e leva!
No dia 12 de Outubro, por volta do meio-dia, preparámo-nos para desembarcar. Já tínhamos Haifa à vista! Eu estava ansioso de cair nos braços do Zé Melo! Pedia a Deus e a todos os Santos que ele lá estivesse à minha espera, pois que, caso contrário, ainda ficaria mais perdido do que em Marselhe sem pataco.
Nessa manhã despedi-me da Nurite, do Shaby, do Yossy, e do Eyal! Ele deu-me a sua morada em Tel Aviv, mas eu perdi-a pelo caminho. A Nurite e o Shaby ainda cheguei a visitar uma vez. A Nurite em Haifa, e o Shaby em Yafo, o bairro árabe da bela Tel Aviv! Do Eyal nunca mais ouvi falar!
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