dimanche 13 septembre 2009

A Piscina Romana











Fui acordado às nove da manhã por uma senhora que me bateu à porta do meu quarto com um tabuleiro com o meu pequeno-almoço pois que, como o quarto era com pequeno-almoço incluído e eu não tinha descido à casa de jantar, trouxeram-mo ao quarto. Disse “tôdá” à senhora e fechei-lhe a porta na cara docemente, pois que eu não tinha moedas para lhe dar uma gorjeta.

Depois dum rápido chuveiro e uma cigarrada, vesti-me e desci para tomar um pouco daquele fresco e limpo desses tempos de Jerusalém, que só os ricos tinham carro e os autocarros eram raros. Tendo que esperar pelo Zé até às três, sem cheta, não sabia muito bem como matar o tempo. Nessa altura ainda não me tinha apercebido que não somos nós que matamos o tempo, mas sim o tempo que desalmadamente nos mata aos poucos.

Vendo um hóspede descer em fato de banho e vendo que ele se fizera engolir por uma porta toda aberta sobre a qual estava escrito uma palavra mágica: “PISCINA”! Fui tentar a sorte e ver o que se passava e deixaram-me passar sem pagar. Como estava completamente vestido e não ousava nadar de cuecas, perguntei ao porteiro onde podia alugar um fato de banho. Ele indiferentemente, secamente me responde: “Ló Tzarich!” = Não é preciso! Espantado desço mais uns degraus até à piscina, e ao chegar compreendi porque não era preciso fato de banho. Era uma piscina de nudistas! Haviam por lá corpos de todas as cores e feitios que se atiravam à água.

Fiel ao ambiente, despi-me totalmente e também me lancei às águas. Nadei um pouco, fiz ida e volta do comprimento da piscina, não tão longa como isso, e depois finquei os cotovelos na borda do lado profundo e olhei em redor. Comecei a perceber que aqueles tipos não iam à piscina só para nadar... perto de mim um belo peixe dava às barbatanas em meu redor, sorrindo... eu sorri-lhe um tanto embaraçado, e ele mergulha a cabeça debaixo de água e nada até mim docemente. De repente senti que o peixe andava esfomeado e, predador como era, papou-me a isca! Como sempre muito gostei de descobrir coisas novas, deixei o peixinho fazer o seu trabalho. O meu receio era que quando a minha isca esguichasse, o meu próprio esguicho me subisse até ao pescoço. Isso não aconteceu! Aparentemente o peixinho era carnívoro e tomou a minha isca pela teta da mãe dele. Foi a primeira vez que tal me acontecia, mas não a última! Totalmente satisfeito do meu mergulho, sai da piscina e fui tomar um duche no vestiário onde tinha deixado a minha roupa. No vestiário, como eu previra, haviam outros peixinhos a tomarem o seu primeiro biberão do dia. Vesti-me e deixei para trás aquela imensa orgia de pescadas com o rabo na boca.

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