samedi 24 octobre 2009
Goodbye Robin! À bientôt!
Praticamente, depois dessa noite, nunca mais vi o Robin como eu o gostaria de ter visto: nos meus braços! Aquela noite foi talvez o nosso último momento de amor às escondidas! Não quero mais falar do Robin neste meu livro!
Ainda o vi uma vez quando eu e o Pat fomos visitá-lo a Londres, em Hampstead Heath, quando ele fora transferido para Londres, a sua cidade natal. Eles moravam num belo apartamento e nessa noite fomos jantar fora. Tanto Robin como Alex, tinham perdido um pouco da sua frescura. Eu também tinha perdido da minha. Felizmente não haviam espelhos nesse luxuoso restaurante londrino!
A outra vez foi quando eu e o Pat nos juntámos e vivíamos em Londres, em Chalk Farm. Robin consegui escapar à vigilância de Alex e deu um salto a nossa casa para ver o nosso pequeno apartamento. Nessa tarde fizémos amor a três, mas não era assim que eu queria o Robin! Eu queria-o só para mim, exactamente como o Alex!
Outra vez, anos mais tarde, quando morávamos em Villejuif, Robin veio a Paris para tratar de assuntos do Banco Mundial. Ele viajava sozinho e estava hospedado num hotel em Paris. Ele veio jantar connosco e levámo-lo a jantar no melhor restaurante desses tempos. Passámos uma noite simpática, mas beijos não foram trocados. Depois do jantar Pat levou-o ao seu hotel em Paris e tudo ficou por aí!
A última vez que vi o meu tão querido Robin, foi recentemente. Foi nesta casa aqui em Meudon, ao pé desta janela através da qual se lobriga a Torre Eiffel, onde estou, neste mesmíssimo momento a escrever estas linhas, que o vi pela última vez! Nós trocámos alguns mails durante algum tempo. Através desses mails fui sabendo que Robin se tinha reformado, que estava com uma terrível doença incurável – Parkinson – que brevemente ia fazer anos e que gostaria de festejar esse acontecimento comigo, em Meudon.
Foi precisamente em Meudon, num belo restaurante à beira dum lago, que festejámos o seu aniversário! Eu tinha encomendado um bolo de aniversário para ele, mas esse bolo foi totalmente esquecido pelo “maitre d’hotel” e o Robin nunca lhe pôs os olhos em cima!
Ele e o Alex passaram dez dias connosco em Meudon. Pat levou-os a mostrar Paris e eu ficava em casa porque já deitava Paris pelos olhos, e porque já andava a escrever este meu livro. Robin passava quase todo o tempo em casa num sofá ao canto da nossa sala, mesmo ao pé da grande janela que dá para a varanda e, nessas alturas, eu, sentado num sofá em frente do dele, via-o ler página após página, esse pesado livro que ele segurava nas suas já trémulas bonitas mãos. De vez em quando ele levantava os olhos do seu livro e mergulhava-os nos meus. Nos seus olhos eu via o que ia na sua mente. Nos seus olhos eu vi o desejo de me ter nos seus braços e recordar momentos do nosso passado. Nos seus olhos eu vi uma vida que devíamos ter vivido juntos, mas o destino decidira que esse não tinha sido o nosso destino!
Quando eles regressaram a Londres, Pat conduzi-os ao Aeroporto de Orly. Eu fiquei em casa a escrevinhar. Acompanhei-os só até ao ascensor. Quando a porta se fechou os nossos olhos cruzaram-se pela última vez. Neles eu vi o nosso último adeus! Ainda fui à varanda acenar um outro adeus. Robin, antes de entrar no carro, ainda me olhou mais uns instantes. Depois sentou-se no seu lugar e o carro seguiu viagem. Duas semanas mais tarde recebi um mail do Alex com uma única frase:
“Robin est mort”!
Não quero nunca mais ouvir falar do Robin nem escrever seja o que for sobre ele! Espero apenas que ele esteja algures à minha espera, lado a lado com tantos outros que tanto amei e me deixaram sem eles neste mundo degradante em que se vive nos tempos que correm! Espera por mim, Robin!
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