lundi 5 octobre 2009

Shaot Ha'Ktanot - "Altas-Horas"










O nosso Bar começou a ter problemas com certos hóspedes do Herzelia, que não frequentavam o Bar, que queriam ir para a cama cedinho. Um dia o Moshé disse-nos que teríamos de fechar, o mais tardar, por volta da meia-noite. Assim o fizemos, para não estragar o negócio ao Moshé! Mas, para arrancar com os nossos clientes à meia-noite, tínhamos de os convidar a darmos um salto até ao “Shaóte Há’Ktanot”, aquele Clube Nocturno no “casbah”, nos banhos turcos, que pertencia a uma cantora que se chamava Yael Sherez. Ela ficava sempre encantada quando me via chegar com um bando de novos clientes para o seu Clube. Passei a ser uma espécie de V.I.P. com direito a bebidas de borla. Nesse clube havia um pequeno palco onde tocava a orquestra da casa. Um pianista, um baterista, um violinista, e um trompetista. Esse trompetista era um bom figo de capa rota que era francês e se chamava Jean-Pierre. Jean-Pierre tinha-me notado, assim como eu o tinha notado e bem. Ele era um petisco! Uma noite ele pousa a sua trompete no chão e vem tomar um copo comigo ao bar, deixando os outros músicos desamparados. Yael não gostou mesmo nada da sua atitude e repreendeu-o. Mas ele não conseguia resistir-me! Uma noite ele larga o seu instrumento e vem-me buscar para dançar. Abro-lhe os braços até ao teto. Dançámos muito coladinhos, muito sensualmente esfregando os nossos corpos um contra o outro. Às tantas ele agarra-me na cabeça e devora-me a boca. Yael veio ter connosco, no meio de todos os outros pares, e segreda-nos ao ouvido:

- Podem dançar à vontade! Isso até trás uma certa reputação à minha casa para outros casais como vocês! Beijem-se à vontade mas, por Deus, sem meter a língua na boca um do outro!

Jean-Pierre concordou, prometeu nunca mais o fazer, mas cada noite que me vinha buscar para dançar a coisa repetia-se. Os outros pares paravam para observar o espectáculo e uma noite a Yael, furiosa, grita:

- OK! Só vos falta agora é foder diante de toda a gente! Não se privem!

Os outros noctívagos começaram a implorar em uníssono:

- Kadima! Kadima! Pá frente! Vamos a isso!

Jean-Pierre estava pelos ajustes mas a Yael despediu-o!

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