mercredi 14 octobre 2009

A Inesquecível Viagem de Combóio











Na continuação da minha viagem pela Itália, em Roma, apanhara aquele combóio que me levaria a Pisa, como estava previsto. Nesse combóio instalei-me numa cabine onde se encontrava já um jovem muito ocupado com a sua leitura. Sentei-me no lugar mesmo na sua frente. Várias vezes ele levantou os seus olhos dos seus papéis para me observar. Meti conversa com ele e daí vieram muitas pequenas confissões. Ele morava em Torino e trabalhava não me lembro onde, e viajava todos os dias quatro horas de Torino até ao seu emprego, e outras quatro do seu emprego até aos braços da sua mamma. Moralidade da história, era durantes essas duas longas viagens diárias que ele fazia tudo. Andava a fazer um curso por correspodência e só não lavava a roupa e a engomava durante essas viagens porque a mamma fazia-lhe essas coisas todas. Que a sua mãe estava velha, mas que ele não queria metê-la num hospício, que queria que ela acabasse os seus dias na sua casa! Compadecido, perguntei-lhe como, quando, e onde, ele fazia amor com alguém. A minha pergunta fez ricochete! Ele pousou os cadernos com que fazia os seus estudos por correspondência, inclinou-se vagarosamente na minha direcção e, com um sorriso muito insinuante, atirou:

- No combóio! Com rapazes bonitos como você!

Aparei a proposta! Ele era tão jovem e tão belo, tinhas umas mãos de pianista e de poeta, uns olhos de tal modo alagados de desejo, que não resisti à minha sempre pronta vontade de ajudar os outros a resolverem certos assuntos que estão ao meu alcance de o fazer. Na cabine só estávamos nós! Olhei através da janela que dava para o corredor para ver se haviam testemunhas, e como não havia viva alma, agarrei-lhe na cabeça e enchi-lhe aquela suplicante boca de beijos. Ele levanta-se alvoroçadamente, corre as cortinas das janelas que davam para o corredor, trancou a porta, e atirou-se a mim como um esfaimado tigre sobre uma pobre gazela! Desabotoou-me o mais que poude e serviu-se do meu corpo o mais que poude! Sugou-me o “cazzo” como há muito ninguém o tinha feito! O desejo de o penetrar não tardou a fazer-se sentir! Baixei-lhe as calças, empurrei-o para cima dos seus cadernos e galguei em cima daquele corpo ávido do meu! Ao penetrá-lo ele gemia em surdina:

- Mamma mia, mamma mia! Ancora, ancora! O bisogno de cazzo! Fottere, fottere! Chiava, chiava me!

Não percebi uma palvra mas compreendi que o pobre estava ainda mais esfomeado de gozo sexual do que eu! Depois de eu ter ejaculado ele soergue-se e senta-se no banco. Descubro que ele tinha um “cazzo duro e grosso”, e tive vontade de petiscar. Ajoeilhei-me na sua frente para o “santo ofício” e desejei aquele seu belo “cazzo” dentro de mim. Quando desci as calças e me voltei, ele não se fez esperar! Foi a minha vez de lhe repetir as palavras que dele aprendera: “chiava, chiava, amore mio”! E foi assim que, pouco a pouco, fui aprendendo o Italiano!

Depois deste dar e receber recompusémo-nos, abrimos as cortinas e destrancámos a porta. Sentámo-nos um em frente do outro, conversámos sobre o sexo, o amor, a solidão, e certos outros problemas da vida. Repentinamente o combóio abranda e pára. A porta da nossa cabine deslizou suavemente para deixar passar um tipo que se veio sentar na nossa cabine. Passados uns minutos de tranquilidade, aparte os gritos dos vendedores ambulantes no cais a proporem as suas mercadorias aos passageiros que se debruçaram às janelas do corredor, o combóio arranca e, Santo Deus! Eu acabara de perder Florença! Era nesta mesma paragem que eu devia ter descido! Entre os dentes, roguei uma série de pragas em Português, mas tive de me conformar! Tinha aprendido a minha lição! Tinha agora que ter cuidado e descer na próxima paragem: Pisa! Eu queria absolutamente ver aquela torre inclinada que tanto me lembrava uma bela erecção! Ele, “il amore de sua mamma”, mergulha novamente nos seus estudos e eu mergulhei os olhos nas foscas paisagens que velozmente desfilavam para além daquele vidro embaciado. Estava furioso comigo próprio por ter perdido Florença! O combóio seguiu a sua longa viagem e, a certo ponto, “il amore de sua mamma” levanta-se, sai, e faz-me sinal para o seguir. Obediente como sou quando a curiosidade me aflora, segui-o! Ele conduziu-me até ao canto do W.C. ao fundo do corredor, abre a porta, empurra-me, fecha a porta por dentro, e implora-me: “chiava me ancora”! Continuei a não compreender o Italiano mas, quando ele desceu as suas calças, percebi que queria outra remessa! E foi ali, contra o lavatório, frente à enfarruscada janela do W.C., que novamente ele me gemeu: “ancora, ancora, chiava, chiava me”! “Chiavei-o” até vir a mulher da fava-rica e, depois de me ter vindo, preparei-me para sair mas, “il amore de sua mamma” quiz pagar-me na mesma moeda! Ensaboou ligeiramente o seu “dono di Dio” e, brutalmente, vira-me e enfia-me a sua muito bem aviada dose de “cazzo duro e grosso” nas entranhas! E foi obra! O seu engenho parecia nunca mais parar, como se fosse, talvez, a última vez que ele entrava tão ferozmente dentro de mim! Eu via a paisagem correr não sei para onde enquanto eu realmente gozava imensamente aquela súbita intrusão! O combóio de novo abranda, e eu entro em pânico! Não me digam que a próxima estação era Pisa! Digo-lhe que se despache, que tinha que descer, mas ele não ouvia a minha súplica! O combóio parou, certamente subiram e desceram passageiros, mas “il amore de sua mamma” não tinha ouvidos, só tinha aquele vai e vem dentro de mim! O combóio de novo arrancou e eu digo a mim mesmo que a Torre de Pisa tinha caído de pantanas! Que nunca chegaria a ir empurrá-la com a ponta dos meus dedos, como tinha programado, para ver se ela, após tantos séculos de erecção, finalmente se vinha e caía para baixo, como todas as torres de Pisa que me passaram pelas mãos! Resignadamente, deixei aquela torre de Pisa que me rasgava por dentro fizesse o seu trabalho! Que se lixe! Morra marta, morra farta! Talvez voltasse um dia a Pisa para ver se a sua lendária Torre ainda continuaria de pé!

Depois de nos termos esvaziado uma vez mais, subimos as calças, apertámos os cintos, e saímos. Ao abrir a porta, mesmo emfrente, esbarrámos com um distinto cavalheiro muito ocupado a ler o seu jornal. Esse cavalheiro, ao ver dois homens saindo do W.C. un atrás do outro, depois daquele espalhafatoso orgasmo, olha-nos perpelexo, mas rapidamente retoma a sua leitura. Era talvez algo de normal nessas viagens de combóio por essa Itália toda! Voltámos à nossa cabine e o outro tal passageiro tinha descido ou mudado de lugar. Apreensivo, olhei para cima da rede onde tinha posto a minha bagagem, para ver se ela não tinha também descido em Pisa. Ela lá estava, silenciosa e conformada com a sua sorte! Sentámo-nos novamente em frente um do outro, e eu queixei-me que, por causa dele, tinha perdido duas belas cidades italianas. Ele pareceu orgulhoso dos estragos que me tinha causado, mas que não lamentasse, que eu o tinha feito tão feliz! Que era tão raro ter uma viagem tão emocionante!

Chegados a Génova, depois de me ter despedido de “il amore de sua mamma” sem qualquer troca de moradas, ele continuou a sua viagem e eu desci com as minhas armas e bagagens. Saí da estação, ali na Piazza Cristoforo Colombo e, logo na minha frente, um pequeno hotel oferecendo-me a sua porta como alguém de muito caro a estender-me os seus braços! Entrei, pedi um quarto por uma noite. Subi, escondi os meus pobres haveres no guarda-roupa, e desci em busca dum pequeno restaurante onde me pudesse restaurar! Não recordo o nome do restaurante nem a ementa! Náo recordo a data nem as horas a que depois, estafadíssimo, me deitei naquele fofo colchão de sumaúma! Recordo apenas que tudo o que me ficava desse “amore de sua madre”, para o resto da minha vida, era apenas a excitante recordação daquele “cazzo duro e grosso dentro di me”! Adormeci pensando que tinha talvez pago mais um pouco da minha sincera promessa ao meu tão querido irmão Alberto! Que ele repouse em Paz!

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