lundi 5 octobre 2009

A Sala de Jantar do Herzelia










Como não havia ninguém na recepção, entrei na sala de jantar em busca de alguém que me dissesse onde poderia encontrar o Momo. Para meu espanto, Momo saiu da porta que certamente dava para a cozinha, e quando me viu pareceu ter visto uma aparição divina! Ele pousou os talheres que tinha na mão em cima duma mesa e vem ao meu encontro, braços estendidos, em busca das minhas mãos. Olha-me fixamente e diz-me langorosamente que já tinha saudades do meu corpo, que viesse tomar outro chá com ele depois das onze horas da noite, que o portão era só empurrar. Como eu trabalhava até às onze da noite e já conhecia o caminho para o atelier do Momo, disse que lá estaria sem falta! E assim, depois de mais um chá de hortelã, passei com ele a noite toda. Como eu tinha que pegar no meu turno no Rakefet às sete da manhã, só me arranquei aos seus braços às seis e meia para galgar aquela rampa que separava a casa dele do Rakefet. Nessa manhã trabalhei o melhor que pude, tomando em consideração o meu cansaço. O Victor olhava-me de esguelha e, olhando para os seus papéis, resmungou:

- Este gajo, pelos vistos, passou a noite a foder e agora quem se fode sou eu!

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