samedi 17 octobre 2009

Quando Acreditar Ajuda
















Sentado no meu duro banco nessa cabine, com os meus trapos a meus pés, deixei o combóio avançar, sem saber exactamente onde ele me levaria. O bilhete dizia Torino! Os meus dólares continuavam a esgueirarem-se assustadoramente da minha peúga, e receava não ter fundos que me chegassem até eu chegar a Lisboa. Ao sair da estação ferroviária de Torino, desembarco numa praceta muito movimentada. A minha primeira preocupação foi encontar um quiosque onde pudesse comer umas sandes. Mesmo em frente, muito modesto, um pequeno Café-Restaurante. Entro e, encostado àquela vitrina que fazia de balcão, estavam esxpostas pequenas travessas estilo prato de entrada. Eram umas saladas muito colorias e apetitosas. Como o preço era razoável, apontei um desses pratos, que foi imediatamente servido com um “panino”. Perguntaram-me “cosa vuoi da bere”, Pedi também um copo de vinho para acompanhar. Depois tomei um “capuccino” e fumei o meu último cigarro. Amachuquei o maço e atirei-o ao chão, num quase movimento de revolta. O meu dinheiro começava a escacear e as despesas continuavam a ser as mesmas. Perguntei também à simpática senhora se ela poderia indicar-me uma pensão barata, que estava com pouco dinheiro. Ela recomenda-me uma pequena pensão mesmo por cima desse Café. Que eram pessoas muito limpas e muito sérias, ali no segundo andar. Subi a esse segundo andar e esbarro com outra “mamma” adorável. Os preços eram verdadeiramente módicos, e o quarto que me proposeram era apenas uma cama e uma mesa de cabeceira junto duma pequena janela. Disse-me que me tinha dado um quarto para as traseiras porque era mais barato e mais tranquilo. Paguei adiantado, peguei na chave, e fui dar uma volta para ver o centro da cidade.

Era quase noite. Torino era uma cidade bastante cosmopolita. Ouviam-se vários sotaques do país, assim como muitos americanos que, como muitos mais, falavam muito alto e não diziam nada! Já era tarde para visitar fosse o que fosse, a não ser clubes nocturnos. Havia muita rapaziada nova muito alegremente gozando a vida. Raparigas nenhumas! Pensei que em Itália, como então em Portugal, as raparigas só saíam de dia para irem às compras ou trabalhar na costura. Penso que nessa altura da Eternidade, os rapazes teriam de brincar uns com os outros, pois que, raparigas, primeiro era preciso desposá-las! Era evidente que os italianos, nessa época, tal como alguns países retrógadas e muito religiosos, os rapazes tinham de se desenrascar sozinhos uns com os outros o com as pratas da casa! Fui notado por um pequeno grupo mas fechei-me em copas. O cansaço e o desânimo eram realmente enormes! Passei por uma igreja que estava iluminada e entrei. Sentei-me num banco e pedi a Deus que me amparasse, que me ajudasse a chegar a Lisboa são e salvo!

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