jeudi 8 octobre 2009
As Traseiras do Y.M.C.A.
No President Hotel, ali por detrás do Y.M.C.A., tudo também começou a entrar nas calhas. Eu já era um profissional consagrado e este ofício já tinha muito poucos segredos para mim. O patrão, o Mr. Shiff, era um homem agradável e não escondia o seu contentamento de me ter todos os dias na sua recepção lidando com gente muito importante sem ter medo de os olhar abertamente nos olhos. Ele admirava a facilidade como eu falava várias línguas, saltando duma para a outra sem qualquer dificuldade. Como ele me disse um dia (nunca o esquecerei), quando um americano muito arrogante vei à recepção pedir um quarto, e como nós estávamos “over-booked”, já sem quartos que chegassem para todas as reservas que tínhamos, disse a esse presunçoso individuo que lamentava muito, mas que não tinha um único quarto disponível a propor-lhe. Ele procura enfiar-me na mão um dollar, dizendo-me que ele era americano, e que queria um quarto. Empurre-lhe o Dollar e disse-lhe que com um Dollar eu nunca poderia construir-lhe um quarto só para ele! Mr. Shiff, lá de cima do varadim onde ele estava a observar-me, ouvindo o escândalo que o americano começava a levantar, diz-me alta voz:
- Ruben, diz a esse senhor que ele é talvez americano, mas que não tem dinheiro que chegue para comprar o hotel, e ainda muito menos, o país! Ele que se desenrasque como puder ou que volte lá para os seus Estados Unidos! Diz-lhe também que o hotel é minha propriedade, não a dele!
O americano, muito ofendido na sua Dollárica dignidade, afasta-se gritando alto e bom som que Israel era um país de merda! O senhor Shiff desceu, chegou-se à recepção, pôs uma mão sobre o balcão, e diz-me essa frase que eu nunca esquecerei:
- Ruben, tu trabalhas na corda e, mesmo sem rede, não tens medo de partir os cornos!
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