lundi 5 octobre 2009

O Shimon
















Continuei a lá chegar todas as noites com os meus clientes para fechar “A Gruta” à meia-noite. Uma noite aparece por lá um cantor de Tel Aviv, o Shimon, que, com a sua guitarra cantava baladas lindas. Ele começou a fazer muito sucesso e todas as noites era casa cheia! Ora esse cantor além de ter uma boa voz e cantar bonitas baladas, era também um homem lindo. Pensei cá com os meus botões: tenho que te comer! Comecei a fazer-lhe a corte discretamente e, uma noite, antes de começar o seu “show” ele vem ao bar oferecer-me um copo, e pediu-me que o esperasse até ao fim da sua actuação, que depois podíamos dar uma volta pelo “casbah”! Concordei! Quando ele acabou eu sai e esperei-o lá fora na viela. Fomos passeando e a cada canto mais escuro que atravessávamos trocávamos uns beijos cada vez mais longos e mais profundos. Como, entretanto, o Momo tinha fugido para Tel Aviv com um actor francês - o Robert - Sarah preparou-me um quarto no telhado do prédio em frente, de que também eram proprietários. Era uma pequena arrecadação com uma pequena janela, mas sem porta alguma. Como era verão e tínhamos umas noites de luar de embebedar os mortos, lá fiquei com a minha independência, visto que a cama de casal do Momo foi tomada por um primo dele que tinha chegado de Marrocos. Nessa noite levei lá acima o Shimon, para uma noite de amor que parecia não ter fim. Quanto mais lhe dava mais queria! Parecia-me um poço sem fundo! Essas noites repetiram-se umas atrás das outras, até que a mulher dele veio passar uns dias a Zfat, e instalara-se no quarto do hotel onde o Shimon se tinha alojado.
Quando o Shimon acabou o seu contrato regressou a Tel Aviv com a esposa, deixando-me o número de telefone dum teatro em Tel Aviv onde ele ia ensaiar uma peça de Shakespear. Ora eu, sem o Momo, sem o Shimon, já um tanto farto do dia a dia no Herzelia, agarro nos meus trapos e vou até Tel Aviv para estar perto do Shimon, assim como tentar reencontrar o Momo, que, segundo os boatos, tinha aberto uma Galeria de Arte na Dizengoff!
Chegado a Tel Aviv reencontro o Momo, mas o Momo já tinha arranjado outro, o ricaço que lhe tinha concedido a galeria, e mandou-me à fava. O Shimon andava sempre tão ocupado com os ensaios, que eu resolvi dar um salto até Jerusalém para matar saudades do Tété. O Tété ficou contentíssimo de me rever, e logo me arranja emprego no President Hotel, em Jerusalem. O Tété e a Rita - que moravam então num belo apartamento em Beit Hakerem - fizeram da dispensa um pequeno quarto para mim, e eu comecei logo a trabalhar no President Hotel. Uma nova vida começava!

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