lundi 5 octobre 2009
O Momo
Os meus dias começavam sempre pelo redescobrir daqueles vales e montanhas envoltos na neblina matinal, através da minha larga janela do meu estreito quarto. Eram as corridas para o refeitório para o pequeno-almoço e os primeiros bons-dias a todos os meus colegas de trabalho e alguns hóspedes encontrados por acaso no loby ou nos corredores. Eu gostava de fazer o turno da manhã para poder começar o meu dia vendo aqueles transparentes amanheceres, e acabá-los mergulhando os meus olhos e os meus sentidos naqueles poentes inolvidáveis! Esses poentes tinha o condão de acordar a minha alma de poeta, assim como o meu corpo sempre faminto de carícias, e o meu sexo de orgasmos. Um dia, na brincadeira, o Victor perguntou-me quem andava eu a enrabar ultimamente? Respondi-lhe que com os hóspedes não, que era contra os regulamentos, e com os colegas também não, que era contra os meus princípios! Ele continua, sarcasticamente, que eu devia andar a rebentar de esperma louco por jorrar, que não me podia propor o seu traseiro mas que, ali na rua principal, depois do hotel Herzelia, subisse aquelas escadinhas de pedra que me levariam lá aos cocurutos da montanha, sobre a qual havia um grande parque onde haviam homens rodando em busca doutros homens. Que ele já tinha ido algumas vezes... Agarrei essa sugestão pelos colarinhos e uma tarde dei lá um salto. Não haviam lá bandos de esfomeados, apenas um jovem solitário, de tipo marroquino, que me espreitava entre o folhedo. Muito pouco original, aproximei-me dele e pedi lume, evitando que os meus fósforos chocalhassem demasiado ruidosamente na sua caixinha no fundo do meu bolso das calças. Ele “acendeu-me” o cigarro, agarrando a minha mão para evitar que o vento lá do alto apagasse o fósforo. Esse suave toque da sua mão sobre a minha acordou outras partes do meu corpo que não precisavam de fósforos para provocar um outro extinguível incêndio. Ele era realmente muito bonito. Tinha uma boca daquelas que dá logo vontade de comê-la! Os seus olhos correspondiam abertamente aos meus doces apelos. Ele, por seu lado, pergunta-me que horas eram? Respondi-lhe que eram horas de ir para a cama! Ele protestou, dizendo que era cedo demais para ir dormir. E eu, para que tudo ficasse bem explícito, fi-lo compreender que as camas não tinha sido feitas apenas para dormir. Ele, muito amavelmente, convida-me a ir tomar um chá em sua casa.
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