jeudi 8 octobre 2009
As Nossas Idas à Piscina
O grande problema para mim nesses dias e noites, era o terrível facto de estar sempre em contacto com o Melo, vê-lo, desejá-lo, e não poder mostrar ao mundo inteiro esse meu grande amor por ele! A Rita já estava ao corrente dos meus sentimentos pelo seu marido, e isso punha-me um pouco mais à vontade. Era como se isso fosse o nosso grande segredo! Por outro lado sentia que o Zé também se tinha apercebido da minha já tão longa e velha paixão por ele. Que pena ele não ter ousado abrir-se comigo até àquele dia em Herzelia, com aquele beijo fogoso que chegou quase como um ponto final a esse meu tão intenso desejo do seu corpo. Para esquecer o Melo e não esquecer o meu corpo, tinha de sair à noite e divagar por Jerusalém que, a partir das dez da noite, era como um cemitério. Restava-me o Parque Atzmaute, lá no topo, frente aquele monumento com a “Menórá”, que, com todos aqueles autómatos flutuando nas sombras, que me valiam para despejar os testículos. Nesse jardim havia um urinol público onde todos vinham despejar os seus. À noite, à volta desse urinol, haviam batalhões de magalas com as suas armas bem carregadas, com ganas de metralhar quem lhes pudesse servir de alvo. Haviam também uns tantos senhores reformados que, era evidente, ainda queriam apontar o canhão! Mesmo religiosos ortodoxos procuravam fazer as suas pecadoras preces! Uma vez, um deles, aproximou-se de mim e perguntou-me se eu queria “brincar”. Respondi-lhe que, com ele, só se fosse às escondidas!
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