vendredi 16 octobre 2009
Por Caminhos e Atalhos
Jantámos silenciosamente, saboreando as nossas deliciosas “lasagnas” e embalados por aquela música de fundo que parecia vir-nos do céu. Durante a refeição, o pouco que se falou, foi uma espécie de obsessão mutua de chegar à sobremesa e irmos algures libertarmo-nos daquele agonizante suspense. Despejaram-se duas garrafas de “vino rosso” e, depois do café e dum cigarro, Tino abre-se em confissões: que tinha tirado três dias afim fazer um longo fim de semana comigo, que tinha bebido demasiado, que estava um tanto embriagado, que receava conduzir na noite que se fechara, que o melhor seria passarmos a noite em Portofino e, depois, de manhã, mais frescos, voltaríamos a Génova sem pressas. Caminhámos até onde ele tinha deixado o seu carro e subimos para, como ele explicou, irmos dormir num hotel não longe dali, que era apenas cinco minutos, e que cinco minutos ele poderia fazer sem qualquer problema. A viagem foi realmente curta. Subimos uns dois quilómetros estrada acima, direcção Génova, e fomos desembocar num átrio frente a um belo hotel muito bem iluminado. Ele deixou o seu carro em frente da porta e entrámos.
Novamente:
- Buonasera, signore ingegnere!
Pelos vistos também nesse hotel ele era habitual. Sem quaisquer burocracias, o recepcionista põe-lhe uma chave na mão e deseja-lhe “una serata molto piacevole”! Subimos a pé. Era no primeiro andar. Entrámos! Tino fechou a porta a sete chaves e, o que depois se passou, prefiro não contar, senão cairia na mais chocante de todas as pornografias. Mesmo as mais ousadas! Nessa noite descobri o que o sexo podia ser qualquer coisa de sensacional quando nas mãos dum perito na matéria! Basta apenas dizer que essa foi talvez a noite mais divinamente sexual que eu viria a viver!
Dormimos até ao meio-dia e, em vez de paqueno almoço, fomos directamente almoçar na princepesca sala de jantar do hotel. Depois desse lauto almoço, como não tínhamos qualquer bagagem, ele pagou a sua conta e metemo-nos no carro. Tino informou-me que íamos a Génova pagar o meu hotel na Piazza Cristoforo Colombo, recuperar os meus haveres e que, depois, ele iria buscar alguma roupa a sua casa, que esperasse por ele ali no hotel, que ele viria buscar-me para, então, mostrar-me toda a beleza histórica e natural, daquela área que circundava Génova!
Uma vez mais, se eu descrevesse completamente o que foram esses três dias, este livro acabaria na página quinhentos! Basta apenas mencionar que visitámos dezenas de aldeias onde a gricultura era o pão nosso dos dias de muitos italiano lá residentes. A terra ainda era trabalhada com bois puxando a sua canga, onde ainda cheirava a terra lavrada e a flores campestres. Visitámos alguns museus e vários velhos castelos em ruinas e, sobretudo, que parávamos em todos os atalho para fazermos amor no meio das searas e todos os pinhais que atravessámos. Pernoitámos duas noites em dois pequenos hoteis à beira estrada, tentando não acordar os visinhos com o gingar da cama. O mais curioso era que Tino sempre pedia uma cama de casal, e uma cama de casal recebemos sem qualquer dificuldade! Uma cama de casal para dois homens, num paí tão católico como a Itália?
Tino fez muitas fotos, as quais nunca me passaram por baixo dos olhos. Esses três dias passados, ele depôs-me frente à Estação de Camminhos de Ferro de Génova, frente ao Cristóvão Colombo, com a minha pouca bagagem, dizendo-me friamente:
- Ciao! Vi vedrò quelche tempo! O amato molto di averti incontrato! Io vi scriverò qualche volta!
Nunca mais tive notías do Tino! Nem uma carta, nem uma foto!
“Io non era stato di più poi qualcuno che a scopato un centinaio di volte, come tanti altri”!
A não ser que ele me tenha escrito para o Hod Hotel, no qual eu nunca mais poria os pés! A minha única airosa saída consistia em agarrar nos meus trapos e a panhar um combóio para Turino e seguir viagem!
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