jeudi 8 octobre 2009

Beit Ha'Kerem










Mais uma nova rotina tinha de ser iniciada. Em Beit Ha’Kerem, em casa do Zé e da Rita, tudo, aos poucos, entrou nas normas. O meu cubículo era realmente diminuto, com apenas uma pequena fresta junto ao teto, que dava para a passagem das traseiras do prédio. Não havia cama, apenas um estreito e curto divã onde eu mal podia estender as pernas. Mas, mesmo assim, eu sentia-me em casa nesse pequeno espaço. O Zé continuava atarefado no King David Hotel e a Rita planeando abrir um escritório onde ela pudesse trabalhar com as suas traduções, pois que ela falava fluentemente o Português, o Alemão, o Hebraico, o Francês, e o Inglês! Ela fazia já as suas traduções em casa, mas sonhava ter um local no centro da cidade onde os seus clientes pudessem procurá-la pessoalmente. A Anais, a filha deles, já apanhava sozinha o autocarro em baixo, no largo, para ir para a escola. Ela era muito traquina, caprichosa, e mal educada. Tentei aconselhar a Rita a ter mais punho sobre a miúda, mas ela achava que ela não tinha direito de interferir na personalidade da garota. Disse-lhe que, educada como ela estava a ser, sem qualquer noção de certos valores humanos, um dia, quando fosse grande, seria uma criatura evitada por toda a gente. E foi o que aconteceria quando ela se fez uma mulher demasiado arrogante e intolerante.

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