mardi 8 décembre 2009

The Return to my Beautiful EILAT!








O meu trabalho no Standard começou a ser uma luta diária pela sobrevivência! Profissional e pessoal! As duas telefonistas que trabalhavam para o Claridge há imensos anos, não suportavam que eu, apenas alguns meses de presença, tivesse sido promovido a Chefe. Elas estavam sob a minha alçada e ordens, e isso elas viviam-no muito mal e procuravam vingarem-se causando-me o maior número de problemas e humilhações possíveis. Farto dessa guerra fria, comecei a planear mudar de departamento. Como eu tinha um diploma de recepcionista, procurei ser transferido para a recepção do hotel, mas o senhor Elbaz não esteve pelos ajustes, pelo facto de eu ser um grande amante de Israel e a maioria dos clientes serem de origem Àrabe. Que isso poderia eventualmente causar dissabores. Pensei então mudar de hotel, até que, um dia, tenho a visita da Meira, uma das minhas condiscípulas dos meus tempos do Tadmor Hotel Training School, em Israel.

Meira pareceu-me ter caído dos céus aos trambolhões! Ela vinha acompanhada do seu marido, o Jean-Marie, um autor-compositor-interprete belga. Eles acomdaram-se em nossa casa e passaram lá uns dias. Durante esse curto período eu lamentei-me do ambiente no Standard e da minha grande vontade de voltar para o sol, o céu azul, as noites estreladas, em outras palavras: Israel! Como eles eram proprietários dum Night-Club in Eilat - my beautiful Eilat - ali nas margens do Mar Vermelho, a espelhar-se nessas traquilas águas do Golfo de Akabá, propuseram-me eu ir trabalhar com eles. Que em Eilat eu não teria problemas com o Ministério do Interior, por não estar legalmente no país. Aceitei a proposta e decidi ir tentar a sorte para esse paraíso ali perdido entre as montanhas, as dunas, e o Mar Vermelho. Fui ver o Taieb e estendi-lhe a minha demissão. Ele procurou influenciar-me para que eu ficasse, pois que o meu trabalho era muito apreciado pelo senhor Plouseau, assim como pelos hóspedes em geral. Que as damas que me faziam a vida negra um dia se habituariam a obedecer às minhas ordens! Mas a decisão estava tomada! A maravilhosa Eilat ali entre as montanhas e o Mar Vermelho esperava por mim e eu morto de de novo me agasalhar em tanta beleza sobre esta inóspita desalmada terra! O pior era ter de deixar o Pat e a casa que tanto amava! Hanz e David certamente que encontraria outros que os substituiriam ali nas areias escaldante de Akabá!

Meira regressou a Eilat, rogando-me que viesse trabalhar com eles no seu Night Club ali à beira mar plantado. Na véspera da minha partida Liam e Klaus organizaram uma pequena festa na cave do Fronton. Apanhámos todos uma grande piela, menos o Pat, que tinha de conduzir de volta à Jules Ferry. No dia seguinte, Pat levou-me a Orly com as minhas duas malas. A despedida foi um tanto dolorosa, mas tínhamos combinado que se tudo corresse bem ele depois viria ter comigo. Depois de quatro horas a chocalhar dentro do avião, ter fumado uns tantos cigarros, e feito a corte ao comandante de bordo, aterrámos no Aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Aí apanhei um táxi que me levou até ao Aeroporto Arkia, em Ramat Aviv, onde apanhei o próximo avião para Eilat. Logo que obtive os horários da minha chegada a Eilat telefonei à Meira e ela lá estava à minha espera! Ela ajudou-me a por as malas no seu carro e depois arrancou até à sua casa, um pequeno apartamento num grade bloco recentemente construído. A casa não era nenhum luxo. Era apenas uma espaçosa sala e um quarto de dormidas, cozinha e casa de banho. Era uma balbúrdia pegada por toda a parte, nada nos seus lugares. Eles eram artistas e assim gostavam de viver. Quando entrámos Meira desculpou-se pela desordem, que agora eu podia ajudá-la a decorar a sua casa como eu tinha decorado a minha em Jules Ferry.

Nesse dia, depois de ter deposto as minhas malas, Meira levou-me a mostrar os grandes progressos em Eilat. Depois conduziu-me até ao seu Clube, onde Jean-Marie estava ao piano a ensaiar novas cantigas para o seu repertório. Ele levantou-se para me abraçar e mostrar-me o recinto por dentro e por fora, e o que eles esperavam que fossem as minhas funções futuras nesse espaço onde os notívagos vinham à procura de animação. O que eles realmente queriam de mim, além de servir às mesas, era precisamente de ser animador, de bem dispor as pessoas para passarem um bom serão! Depois fomos jantar a um novo restaurante onde serviam cozinha francesa, para eu matar saudades. Nessa noite, no Clube, limitei-me a ver o andamento das coisas e a receber as pessoas à porta e indicar-lhes uma mesa, assim como lhes trazer as bebidas encomendadas. Claro que, de mesa em mesa, logo comecei a ouvir línguas estrangeiras que eu também falava. Quando a eles me dirigia na sua própria língua, eles ficavam muito agradavelmente surpreendidos. Sobretudo os brasileiros! A primeira noite decorreu bem e só fechámos às cinco da manhã! Eu estava estafadíssimo, depois de duas viagens de avião, e de me ter levantado tão cedo! Era estranho como eu, no mesmo dia, tinha deixado a minha casa em Boulogne de manhã, e nessa mesma noite estar a trabalhar num “Night Club” em Eilat, ali entalado entre os desertos do Negev e do Sinai!

Chegados a casa propuseram-me o divã que tinham na sala e puseram as minhas malas a um canto do hall de entrada. Comecei logo a sentir-me muito pouco à vontade e desconfortável. Não se tinha falado de ordenados e pensei que eles contavam comigo para trabalhar de borla. O meu subconsciente pos-se imediatamente a carborar. Eu queria um emprego pago e um mínimo de conforte e estabilidade. A desordem na casa da Meira e as noitadas no Clube não me poderiam jamais me oferecer essa estabilidade, pois que sempre detestara fazer as noites!

Como durante o dia eu estava livre, depois dumas poucas horas no divã da sala, comecei a calcorrear Eilat para matar saudades dos sítios onde vivera no passado. Claro que Pusky se reinstalou na minha mente e no meu remorso. Agora ela estava certamente morta e enterrada em qualquer parte e não mais necessitada do tanto amor que lhe dera! Como andar a pé em Eilat durante o dia - 40 graus à sombra - é uma grande estopada, tive de começar a aprender a conhecer a rede de autocarros municipais que então já haviam. Nos velhos tempos do Sing-Sing era a Lambretta do Miki e o único táxi que então havia. De autocarro em autocarro lá fui relembrar momentos inesquecíveis da minha vida em 1963, nessa Eilat onde havia então só dois hotéis, um restaurante, e dois blocos de apartamentos e meia dúzia de barracas. Agora as lojas, restaurantes, e butiques de toda a espécie, aguardavam-me a cada esquina. Como tinha pensado em voltar à minha profissão hoteleira dei um salto ao Raínha do Sabá, para ver se eles precisavam dos meus serviços, mas Raínha do Sabá já tinha ido de camelo até Sabá, em busca do seu Salomão! Falaram-me dum novo hotel que tinha recentemente aberto lá à beira do Sinai e apanhei um autocarro para lá ir dar um salto e uma vista de olhos. Fiquei surpreendido com o tamanho e o modernismo do hotel! Entrei, cheguei-me à recepção, e pedi para falar com o responsável da recepção. Ele era um jovem de muito boa aparência e muito profissional. Ele apresentou-se:

- I am David, the reception manager!

Ficou tudo dito! Apresentei-me também como sendo um recepcionista diplomado pela Tadmor Hotel Training School. Imediatamente ele me propõe trabalho como caixeiro, ou seja, trabalhar na caixa como “night auditor”, o mesmo trabalho qu tinha feito no Hilton em Londres, ou seja, durante a noite, fazer as contas todas de todos os hóspedes, coisa que não me agradava muito, mas como ele me disse que iria ganhar um bom ordenada mais cama, mesa, e roupa lavada, aceitei! Como era apenas à experiência, contratos não foram assinados. Perguntei quando podia começar e ele respondeu-me:

- As soon as you can!

Fui a correr dizer à Meira e ao Jean-Pierre que tinha aceite trabalho no Hotel Laromme e que começava no dia seguinte. Eles ficaram contentes com as notícias, dizendo que era um bom hotel que me ofereceria um melhor futuro! Essa noite ainda trabalhei no Clube, mas na manhã seguinte apareci no Laromme com as minhas duas malas. David levou-me a um quarto do hotel, no rés-de-chão, com janela para a piscina, dizendo-me que iria partilhar esse quarto com o Jonathan, um dos recepcionistas. Instalei-me. A minha cama era mesmo ali ao pé da casa de banho. Abri as minhas malas e organizei o meu guarda fatos com duas gavetas. O quarto era grande e arejado e imediatamente me senti em casa. Voltei à recepção para dizer ao David que ia dormir para começar o meu trabalho nessa mesma noite. Ele apresentou-me o Jonathan, que estava mesmo a seu lado, dizendo-lhe que eu era o seu futuro companheiro de quarto. Jonhathan ofereceu-me um grande sorriso e disse-me para me por à vontade no quarto, que era o “nosso” quarto!

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