vendredi 4 décembre 2009

Liam e os Outros


Certamente, uma das grandes amizades que fiz, depois de ter renunciado ao seu belo corpo e insinuante sorriso, foi o Liam! Com ele foi a descoberta de que a amizade consegue ser ainda mais importante do que o sexo. Para o sexo tinha os outros que me vinham bater à porta do meu quarto ali mesmo em frente do ascençor. Quando eu batia à porta do Liam, mesmo em frente, era para descobrir o que talvez pudesse haver para além do horizonte! Sentimentos raros! Para mim ele era como um irmão que por vezes me fazia sentir bastante incestuoso, mas tinha de esconder o meu pecado! O seu corpo e a sua voz continuavam, entrando pela escada de serviço, a bater-me à porta das traseiras, a invadir-me o corpo todo! Por vezes, para evitar essa luta feroz entre o meu corpo e a minha mente, ia bater à porta do David, ali a dois passos! David também era, além de irlandês, um belo bicho. Tinha um corpo esguio e bem modelado, uma bonita cara, uma cabeleira luxuriante e, sobretudo, as virilhas muito bem guarnecidas. Além disso era daqueles tanto do meu agrado. Era dos ir, vir, e voltar! Gostava de homens, de mulheres, de tudo o que mexesse! Ele também, à sua maneira, me era muito importante! Tudo começou uma noite no Standard quando eu fazia as noites, até ao dia em que deixei o hotel em busca de outras paisagens! Patrique tinha-se mudado para a René Basin e contentava-se em fazer amor comigo pelo telefone. Isso, pareceu-me satisfazê-lo, mas não a mim! Eu precisava dum corpo sólido e não orgasmos telefónicos! Daí, com o David, era uma vez no meu quarto quando ele me batia à porta, outra vez quando eu batia à porta dele. No entanto Pat continuava na minha mente. Eu queria que ele fosse o homem da minha vida. A única maneira de estar com ele era telefonicamente, mas sem orgasmos de qualquer espécie! Eu continuava a propor-lhe deixar a B.B.C. e vir tentar a sua sorte em Paris, mas haviam sempre os mesmos subterfúgios, os mesmos receios de perder uma boa posição por um imaginável emprego em Paris. Dentro de mim uma angustiante dúvida se instalou! Talvez ele preferisse continuar em Londres por causa do Peter. Quem sabe se o Peter não se tinha já mudado para Chalk Farm e tomado o meu lugar? Dúvidas que permaneciam, sabendo que ambos eram puramente passivos. Um dia cheguei mesmo a fazer uma promessa: se o Pat viesse viver comigo em Paris, eu deixaria crescer a barba!

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