mardi 1 décembre 2009
Hotel Claridge - Champs-Élysées
O Claridge passaria a ser para mim como uma libertação do meu isolamento e o egoismo do Moshé. A primeira vez que pus os pés no Standard como membro do pessoal desse famoso hotel dos Campos Elísios, senti-me como que ressuscitando dum horrendo pesadelo. Enfim liberto da Swan e do "suine"! No Claridge tinha bonitas e atenciosas colegas e o standard ali estava à minha espera, como uma caixinha de Pandora atafulhada de agradáveis surpresas. Dádivas da vida que ali dormitavam há eternidades à minha espera! Oportunidades essas que agarrei com ambas as mãos, fazendo delas muitas das minhas mais belas recordações de todo o sempre!
Todas as minhas colegas eram raparigas encantadoras. Pierrette, a responsável, era duma personalidade rara. Quando fomos apresentados, algo faiscou entre nós! Depois de umas tardes a trabalhar para me integrar no ambiene e rotina das funções do Standard nas actividades diárias do hotel, peguei nas minhas armas e bagagens e tomei posse das minhas funções das onze da noite até às sete da manhã. Nas primeiras noites senti-me um pouco como um homem que não sabia nadar empurrado por cima da amurada mas, muito rapidamente, icei as velas a todo o pano e, tal Gil Eanes, parti à conquista do Cabo Bojador!
Por vezes sentia-me um tanto isolado mas logo que colegas subiam dos seus diversos postos até ao Standard para ver que cara tinha a minha voz, imediatamente me senti menos abandonado. Muitos deles me fizeram compreender que no Claridge, no andar onde eu estava instalado, todos os pequenos quartos que me circundavam eram os quartos do pessoal, e que em cada quarto havia uma caminha que bem gostaria de me abrir os seus lençóis! Isso só me fez sentir mais seguro de mim mesmo. Sempre temi ir para a cama com colegas, mas neste hotel os seus servidores eram demasiado capitosos e comestíveis para serem deitados fora! Um que mais me saltou aos olhos foi um jovem irlandês de Dublin que tinha uma cara cheia de malícia e um corpo insinuando proibidas promessas. Especialmente o seu tão redondinho e proeminente traseiro. Ele chamava-se Liam e era um sedutor de marca. Quando ele me apareceu lá no Standard para se apresentar e me conhecer pessoalmente, imediatamente desejei fechar a porta à chave e saltar-lhe em cima!
Outros recepcionistas subiram para me dizerem que eu, para um português, falava muito bem o Francês. Todos eles eram de diferentes paises e labutavam duramenete para aprender e falar a língua de Molière! Nesse andar moravam muitos membros do pessoal. Haviam irlandeses, escoceses, alemães, suissos, polacos, russos, e apenas um francês. Era o Patrick, que namorava a muito britânica Jacqueline, a qual muito admirava o meu Inglês, mas temia o meu poder de sedução. Outro grande vulto que se instalaria nos meus nichos era o jovem que faziam o “room-service” durante a noite. Como os clientes, para conseguirem o “room-service”, tinham de passar pelo Standard, ele instalava-se sobre o divã que havia ali ao pé da janela que dava para a Rue Ponthieu, sugestivamente abria as coxas e acariciava-se sensualmente. Como era ele que me trazia o meu jantar isso era um delicioso aperitivo para me abrir vários apetites habitando o meu corpo sempre a morrer de fome. Como eu, quando o trabalho abrandava, me metia na cama e a porta estava sempre aberta, ele pouco a pouco começou a servir-me certos digestivos tanto do meu agrado. Achava que não devia misturar-me com colegas mas ele era tão bem garnido e ali à minha disposição, que acabei por ceder!
Era por mim muito apreciado quando os recepcionistas, às onze hora acabavam o seu turno, subiam ao Standard para gozarem a minha companhia. Eram o Liam, o Jim, e o Klaus, que vinham mais frequentemente. Eles dum certo modo admiravam a minha coragem de assumir publicamente a minha sexualidade. Como Liam me diria muitos anos mais tarde, para ele, um irlandês, que esse tipo comportamente era absolutamente contra as muito fechadas mentalidades, dizendo-me que eu , pela minha coragem, iria ficar na história! Mas que História, que histórias?
Inscription à :
Publier les commentaires (Atom)
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire