mardi 15 décembre 2009

O Parque "Haatzmaut" e o Hilton











O Parque “Haatzmaut”, ali mesmo colado ao Hilton, tinha a merecida reputação de ser o recôndito nicho onde os homens procuravam outros homens para se reproduzirem. Era igualmente a passagem para a praia lá em baixo. Também frequentei bastante essa praia, pois que ela tinha a grande vantagem de ter ali mesmo à beira - bastava subir uma pequena rampa em forma de carreiro - esses densos buxos que serviam de oportuno esconderijo a certos intercâmbios muito pessoais.

Foi nesse belo parque que, uma bela manhã, fui seguido por um homem duma beleza alarmante. Ele era alto, ombros largos, cabelo castanho em milhentos pequenos caracóis, uns olhos tão azuis como o céu de Tel Aviv, uma boca em labaredas e, sobretudo, um infernal poder de sedução. Ele olhou-me duma maneira como se com aqueles olhos penetrantes, fosse capaz de fornicar as pessoas em plena praça pública. O seu muito bem recheado bikini era um insulto à minha incontrolável bulimia, uma imposição a uma imediata sanguinolenta carnificina!

Eu estava à beira da falésia a ver o mar e a fumar um cigarro. Ele, como uma serpente, rastejou até mim muito cautelosamente, como que a querer abocar a sua indefesa presa. Pediu-me lume. Eu estava em fogo e parecia que igualmente lhe tinha ocasionado fogo posto, pois que o seu bikini começou a ser pequeno demais para conter a fera enraivecida. Directamente, disse-me, cara a cara, que queria ver-me de costas! Esgueirei-me dentro daquele buxo ali mesmo à mão. Ele seguiu-me e entrou dentro de mim com tal gana que imediatamente decidi tentar domar a fera. Depois de se ter esvaziado, convidou-me a ir tomar um banho em sua casa, que morava ali mesmo em frente. Não me fiz rogado. Eu queria imperiosamente fazer dele o meu amante de todos os dias, em vez de andar por aí por toda a parte em busca duma bucha! Ele era uma obra prima da natureza e sabia sabiamente servir-se dessa fabulosa dádiva!

Subi com ele. Ele morava ali na Yarkon, mesmo em frente do parque, num pequeno apartamento sobre o telhado. Claro que fizémos esse banho juntos e, aí, comecei a conhecê-lo melhor. Ele era um fanático das variadíssimas maneiras e formas do gozo físico. Primeiro chocou-me, mas logo a seguir me abriu um certo apetite de vir a saber até que ponto as suas fantasias podiam chegar. Com ele eu viria a aprender coisas que nem sequer ouso descrever. O que quer que fosse era dum gozo muito pouco trivial! Depois de mais umas idas e vindas dentro de mim, vestímo-nos, e ele acompanhou-me a casa. Também não era muito longe, eram apenas uns metros mais abaixo ali na Yarkon Street. Ele subiu para ver os meus aposentos e ficou encantado com a decoração. Acomodou-se e eu ofereci-lhe um whisky. Falámos de muitos problemas nacionais e, pouco a pouco, vim a saber que ele se chamava Augusto, que era argentino, e que trabalhava para a grande companhia aérea israelita, ali na Ben Yehuda. Claro que, como era o meu dia de folga e aparentemente ele também estava livre, propos-me, depois dessa tarde muito bem passada a melhor nos conhecermos, irmos jantar fora, ali num Café-Restaurante, frente ao mar, perto do Kikar London.

O jantar decorreu normalmente, com as habituais especialidades do país: Humos, falafel e sumo de laranja. Depois desse modesto jantar acompanhou-me a casa e voltou a subir. Estava uma noite muito quente e eu apenas tinha uma ventuínha. Ele, segundo me disse, não tinha esse pequeno luxo em sua casa e pediu-me para passar noite comigo. A minha evidente resposta foi, claro, ponha-se à vontade! Como tínhamos a janela da varanda toda escancarada a mendigar um pouco de brisa do exterior, apagámos as luzes e meti-me na cama. Ele também se quis acomodar, mas a cama era tão estreita e ele tão robusto, que acabámos por estender um lençol no meio da casa, para sentirmos a frescura que nos vinha dos ladrilhos. O calor era tanto que também abri de par em par a porta do frigorífico para não sufocarmos. Tomámos um duche juntos e, depois de muitos malabarismos, deitámo-nos no chão, cobertos apenas por outro lençol, e fomos dormir. Dormir, um verbo proibido pelo Augusto! Não vou entrar em detalhes mas a verdade é que ele não fechou olho nem me deixou fechar o meu. Foi a Noite das Mil e Uma Cavalgadas!

Às oito da manhã ele voltou a sua casa para se preparar para o seu trabalho que começava às nove. Eu, como fazia o turno da tarde, dormi até vir a mulher da fava rica. Quando acordei e dei comigo no chão, disse a mim mesmo que com o Augusto, se as coisas assim continuassem, não teria que andar aos cavacos todas noites no parque! Enfim sós! Mas por quanto tempo? Eu era instável e o Augusto, pelos vistos, insaciável!

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire