vendredi 4 décembre 2009
O Inesperado Barbudo
No Standard, a rotina repetia-se diariamente num ambiente harmonioso. Além das duas depeitadas que me detestavam, haviam os bellboys, as outras telefonistas, tais como a muito loira Jacqueline, a Ina, a Eveline, e outras que esqueci os nomes. Um ambiente de bem estar se instalou entre nós. Tudo era repetitivo mas duma bonomia apaziguante. Era como nadar em águas tépidas e tranquilas. Até ao dia em que o Pat me disse que se tinha despedido da B.B.C. e que viria ter comigo a Paris para tentar a sua sorte, arranjar emprego, e aprender o Francês! A partir desse dia deixei de me barbear todas as lmanhãs. Rapidamente as minhas feições começaram a ter outra aparência, como se um intruso se tivesse apoderado do meu corpo. Liam estava radiante, que eu parecia mais homem! Todos começaram a falar da minha barba. Felizmente, como tinha acontecido em Londres quando deixei crescer o cabelo, no Claridge, monsieur Plouseau, o Director Geral, achou muita piada e consentiu. Que me ficava muito bem, que parecia um grande intelectual dos tempos da Bela Época!
Os dias foram passando, sempre os mesmos trilhos: o trabalho, o Liam, o Klaus, o Jim, as idas ao Café Fronton tomar um café ao balcão, ou grandes noitadas lá em baixo na cave quando queriamos estar todos juntos para uma noitada. Sexualmente sempre limitado ao David e as suas excelentes performances. Um dia eu, outro dia ele. Ir e voltar, sem ninguém incomodar. A não ser os vizinhos dos lados! Fosse como fosse, era uma alegria viver! Eu era um homem feliz! Além disso a ânsia e os preparativos para a chegada do Pat! Tinha de me preocupar onde o instalar quando ele chegasse. Entretanto ele dera-me a data e a hora da sua chegada. Como não podia instalá-lo no Claridge, aluguei um quarto num hotel baratucho perto da Gare du Nord, por algumas noites.
Na véspera de ter partido de Londres, Pat telefonou-me confirmando a sua chegada às tantas horas à Gare du Nord. Que tinha guardado algumas coisas em duas malas que iria trazer consigo, e que o resto dos nossos bens, o Andrew, o seu irmão gémeo, tinha vindo com a sua frogoneta buscar a tralha toda para levar para casa dele. Ele parecia-me muito excitado com a sua partida, e ao mesmo tempo receoso de ter tomado tal decisão. Liam estava contentíssimo acerca da chegada do Pat, dizendo-me que eu era um depravado a fornicar por toda a parte com quem quer que fosse, e que era tempo de eu ganhar juízo! Que ele estava já há meses sem satisfazer a sua ferramenta, que aguardava que a sua namorada, a Mary, viesse ter com ele a Paris para voltar a ter uma vida normal! Mas, para mim, normal era precisamente fornicar com quem me aparecesse pela frente e dar largas aos meus constantes desejos dum outro corpo debaixo do meu e, de prefrência, o mais possível, carne fresca!
Chegada a data, fui até à Gare du Nord esperar o Pat. Cheguei um tanto atrasado. Ao olhar à volta, perto da saída dos passageiros chegados de Calais, dei com o Pat ali especado entre as suas duas malas. Quase que o não reconheci! Ele tinha emagrecido e estava pálido que nem uma múmia! Esperava que ele, ao ver-me ali na sua frente, a três metros de distância, me saltasse ao pescoço, mas ele ignorou-me como se eu não existisse! Fiquei chocado! Cheguei-me a ele e perguntei-lhe se ele já não se lembrava de mim? Ele, então, reconhecendo a minha voz, cai nos meus braços e confessou-me que já estava a ficar preocupado! Que idéia a minha ter deixado crescer a barba! Eu tinha esquecido que me tinha transformado num respeitoso barbudo da alta laia!
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