mardi 15 décembre 2009
Frishman Street e Sua Bela Praia
Uma outra das minhas belíssimas recordações dessa minha segunda passagem por Tel Aviv - à parte ter trabalhado num dos melhores hotéis do mundo e ter tido colegas extraordinários - foi aquele estúdio ali na Frishman, mesmo em frente da minha praia. Encontrei esse alojamento com canto de cozinha e chuveiro, ali tão perto do meu Hilton, num mísero estado. Conhecendo-me, disse a mim mesmo: umas tintas, umas tábuas, uns pregos e um martelo, e farei deste nauseabundo buraco um palácio de Mil e Uma Noites! Como, em Eilat, me tinha apaixonado pelas cores que revestem esse paraíso de manhã à noite como um caleidoscópio em permanente propagação, decidi comprar tintas que correspondessem a essas acariciantes cores para pintar as minhas paredes. Depois, como no Sing-Sing, vieram as cortinas. Como os vidros das janelas estavam rachados, cobri-os com um papel adesivo representando coloridos desenhos simétricos. Os ladrilhos do chão foram bem lavados e encerados, e o canto de cozinha foi apetrechado com todas as possíveis maquinetas eléctricas para poder cozinhar e fazer um bom café. Como havia um enorme guarda-roupa, servi-me dele para dividir o espaço e, assim, fiz um duas assoalhadas muito confortáveis. Um pouco como na René Bazin, em Paris. Quando lá entrei, pagava 250 francos mas, depois das obras, quando saí, os próximos inqulinos passariam a pagar o dobro. O mesmo aconteceria na Frishman Street, quando passei o meu Mile Uma Noites a um colega de trabalho que morava longe de Tel Aviv!
Como por baixo da minha varanda havia um Café com uma pequena esplanada, frequentemente descia para um pequeno almoço ou um Espresso. Sobretudo para ver as belezas que passavam semi-nuas a caminho da praia. Foi nessa pequena esplanada que visava as minhas setas para atingir uma presa. Por vezes, ia à varanda ver quem se sentava lá em baixo. Se havia uma boa isca, descia para tentar a sorte, mas já com os dentes bem afiados e as garras bem de fora! Foram bastantes aqueles que, depois dum bom café e dois dedos de conversa do predador que sempre fui, subiram para um whisky e “dois dedos” doutras conversas muito mais elaboradas!
Uma das grandes vantagens de morar ali perto do mar era que, quando eu fazia o turno da tarde, depois do pequeno almoço na pequena esplanada, já envergando o meu fato de banho, seguia para a praia para umas braçadas e bronzear um pouco mais. Assim como para me deleitar com todos aqueles belos corpos ali a cozinharem ao sol. Costumava colar os meus olhos nas febras das minhas vítimas e, se elas engordavam, ia-lhes pedir lume. Quase sempre havia fogo e era preciso regressar ao meu segundo andar para apagar o incêndio! Depois seguia a pé, parando aqui e a li, até ao Hilton. Após mais umas braçadas e umas espreitadelas nas belezas naturais ali espalhadas pela areia, entrava pela porta do pessoal, punha-me debaixo dum chuveiro, fazia a barba, vestia o meu belo uniforme, e ia à cantina almoçar com a malta. Logo após ia para o meu posto na recepção e fazia o meu trabalho assim como rir e brincar com todos os colegas. Haviam o Miller e o Leib, que eram rapazes muito atraentes que me puxavam, mas nunca ousei tentar levá-los para a cama, embora algumas oportunidades se tivessem apresentado. Contentava-me com o apalpar as nádegas aos colegas e os seios às colegas, e fazer o meu trabalho. Trabalho esse que adorava! Adorava e adoro o contacto com pessoas. Comunicar, cambiar opiniões e coisas mais!
Depois do trabalho, às onze da noite, de novo dentro do meu pequeno fato de banho, dava um salto até ao Parque Atzma’ut, ali mesmo colado ao hotel - onde predadores e presas rondavam a noite toda - para a minha quotidiana dose de droga: o sexo! O meu ego e a minha líbido saciados, voltava, praia fora, dando de vez em quando umas braçadas no mar, ao meu Mil e Uma Noites, naquele segundo andar na Frishman Street. Depois dormia como um fanado e só acordava no outro dia de manhã, morto por um café, um cigarro, e espreitar à varanda, para ver se valia a pena descer.
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