jeudi 3 décembre 2009
De Vento em Popa!
Depois do grande fracasso da perda daquele belíssimo apartamento, sentindo-me em casa no meu Standard, contagiado pela Rita e os seus permanentes projectos, deitei as mãos à massa e comecei a tentar tirar dela algumas especiarias que me ajudassem a ir para a frente. A minha única preocupação nesses dias era organizar a minha vida, o meu futuro, e procurar angariar um lugar sólido sobre esta terra de tantos gostos e desgostos! Era preciso fazer vir o Pat de Londres. Como ele tinha ficado com o Pater, receei que eles se amanhassem e pusessem um ponto final nas nossas relações. Como trabalhava à noite e tinha ali ao meu dispor meios de telefonar para Londres sem pagar um cêntimo, quase todas as noites lhe telefonava. Queria saber como iam as coisas pelo seu lado. Sempre que lhe falava da sua vinda para Paris ele resguardava-se por detrás do facto de que gostava muito do seu trabalho na B.B.C., que era um emprego de futuro, e que em Paris ele iria esbarrar com problemas como, por exemplo, ter de aprender o Francês! Porém algo me sussurrava que ele se defendia muito bem sem mim e que talvez ele se estivesse a organizar para viver com o Peter. Uma coisa era certa. Eu habituara-me à presença de Pat na minha vida e não queria perdê-lo. Para contrabalançar os meus receios, vivia o melhor que podia o meu dia a dia. E o meu dia a dia era trabalhar das onze da noite até às sete da manhã, incluindo as fugazes fugas de certos bellboys que subiam até ao Standard para me dizerem olá, mas o que eles certamente procuravam era descobrir o que seriam umas pequenas experiências comigo no meu divã. Alguns passaram por lá e sempre voltavam na noite seguinte para, talvez, tirarem certas dúvidas que eventualmente os tivessem assaltado. Cheguei mesmo a ter dois curiosos por noite. Para o meu ego e para a minha insaciável sede de sexo, isso chegava até mim como uma dádiva do céu. Esse céu estrelado logo ali por detrás da janela junta à qual o meu divã aguardava sempre novas aventuras, novas descobertas, novas inesperadas revelações!
As primeiras visitas eram sempre o Liam, o Klaus, o Pepe, e o Jim, que vinham passar uns momentos comigo e planearmos para a manhã seguinte, algumas voltinhas no carro do Klaus, por Paris e arredores. Eu andava incendiado pelo Liam, mas o Pepe poderia muito bem ter sido o bombeiro mais indicado para apagar esse diabólico fogo. Ele era italiano, casado, dois filhos, e um charme de por a cabeça à roda de quem gostasse de amantes latinos. Além do charme, tinha uma boca que era um autêntico vulcão sempre em erupção! Ele parecia-me inacessível e era precisamente isso que me empurrava a tentar provar a ele a mim mesmo que um homem casado não era de modo algum um alvo inatingível! Quanto a mim, tudo dependeria das minhas capacidades de sedução, e ele parecia-me ser uma presa a não negligenciar. Havia igualmente o Nique, que andava metido com a Jacky, mas que me enviava constantemente requerimentos muito explícitos de audaciosas fugas.
Entretanto, como me puseram ao meu dispor um quarto no hotel, ali a dois passos do Standard, aceitei com muito gosto, pois que isso era o ideal para mim para evitar despesas de transportes, perdas de tempo e, sobretudo, economizar 250 francos por mês para a renda de casa. Quando Nique e Jacky souberam disso e andavam à procura dum cantinho só deles, pediram-me para vir ver o quarto. Uma tarde eles vieram visitar-me e tanto gostaram do quarto que foram imediatamente ver a proprietária, que habitava no rés-do-chão. Ela cedeu-lhes o meu quarto mas, para meu grande espanto, ela exigiu 500 francos por mês pelo facto dos melhoramentos que eu tinha feito naquele pequeno espaço. Eles aceitaram e logo para lá se mudaram! Jacky confessou-me recear que eu me mudasse para o hotel, mesmo ao lado do quarto do Nique, e que eu o corrompesse. Como ela me disse uma vez, antes da mudança:
- I see and know that you are fucking every one around in the hotel, but Nique, please! Do not touch him!
O que ela não sabia era que o seu Nique já me tinha passado por baixo umas tantas vezes, quando das suas frquentes visitas ao Standard, altas horas da noite!
Inscription à :
Publier les commentaires (Atom)
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire