jeudi 7 janvier 2010
O Inacessível Hotel Alfa em Lisboa
Todas as manhãs eu vasculhava os jornais em busca de trabalho, como o fizeram os pioneiros na América, escavando a terra toda em seu redor em busca de uma mina de ouro! Uma manhã encontrei um anúncio que me pareceu ser a minha mina de ouro para, enfim, assentar arraiais em Lisboa. Tratava-se de um pedido de pessoal hoteleiro para um hotel ainda não inaugurado, ali para os lados da Praça de Espanha. Era o Hotel Alfa, ainda em fins de construção. Para mim isso seria o ideal. Certamente um hotel muito moderno onde eu poderia por em prática todos os meus conhecimentos adquiridos nos Hiltons onde trabalhara. Em Tel Aviv e em Londres.
Nessa mesma manhã fui a correr para casa com o jornal enrolado sob o braço, para me barbear, tomar um banho, e vestir o meu único fato decente que tinha trazido na minha mala. Depois pus os pés a caminho uma vez mais em busca dessa mina de ouro que tinha descoberto nesse jornal, que me chocalhara o corpo todo! Apanhei um comboio até Lisboa e aí apanhei um táxi para a morada indicada no jornal. Lá chegado sou encaminhado ao escritório do Chefe do Pessoal, que me recebeu de braços abertos. Ao ver o meu diploma e as minhas referências ele esfregou as mãos e imediatamente me estendeu um contrato para eu preencher e assinar. Ele, ao ler a minha morada no Cacém, ofereceu-se para me dar acomodação no hotel até eu encontrar um alojamento em Lisboa. Era evidente que eu representava para ele uma boa aquisição! Ao despedir-me ele disse-me que podia começar dentro de alguns dias para começar a organizar a recepção. Que depois de obter a autorização do Director Geral, me telefonaria para que eu começasse o meu trabalho.
Alguns dias depois, ao regressar a casa depois dum café no Café ali à esquina, meu irmão contou-me que me tinham telefonado do Hotel Alfa em Lisboa, dizendo que a minha candidatura não tinha sido aceite. Caíram-me as tais coisas aos pés! Como poderia isso ser se o Chefe do Pessoal se tinha mostrado tão interessado na minha pessoa e minhas competências? Peguei num comboio e fui falar pessoalmente com o tal Chefe do Pessoal desse hotel para lhe perguntar por que razão eu tinha sido recusado, sabendo eu que ele se tinha entusiasticamente interessado no meu trabalho e competências. Ele baixou os olhos e desculpou-se do acontecido, mas o problema foi que o Director Geral era libanês e que ao verificar que o meu curso tinha sido tirado em Israel, assim como todas as referências provinham de hotéis israelitas, ele tinha recusado a minha admissão! Uma vez mais, preso por ter cão, preso por não ter cão! Em Israel não me podia instalar por não ser Judeu, em Lisboa, no meu país, era posto de parte por ser Judeu! Arre gaita! Basta! Peguei nos meus trapos e regressei imediatamente ao Pat, à Place Corneille
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