mardi 5 janvier 2010

Amar Mata - Mata Amar!
















Quanto à minha vida amorosa, tinha as visitas matinais do Hanz, os pequenos almoços com o Remy e as nossas competições de Rummy, mas algo de novo o meu corpo me implorava.

Uma manhã, no grande Superlmercado onde fazia sempre as minhas compras, esbarrei com um jovem lindíssimo, cujos olhos derramavam uma enorme tristeza e uma imensa súplica de amor! Convidei-o a subir para tomar uma bebida e mal ele entrou e eu fechei a porta ele, em lágrimas, caiu-me nos braços. Dos meus braços à minha cama eram só duas passadas. Empurrei-o de mansinho, despi-o devagarinho, acomodei-o sobre a minha cama ainda aberta e enlacei-o ternemente. Ele apertou-me fortemente contra si e, em pranto, disse-me que me amava! Que há tempos me tinha descoberto no Supermecado, que eu emanava algo que ele tanta necessitava: Amor! Sem querer, os meus olhos também se encheram de lágrimas, e decidi dar-lhe o que ele tão pungentemente mendigava.

Nessa manhã, nos braços um do outro, amámamo-nos! Mas algo de misterioso nos envolveu. Não percebia o que se passava. Quando ele pressentiu que eu queria entrar dentro do seu belo corpo, ele perguntou se eu tinha preservativos. Disse-lhe que não, que queria que ele me tivesse todo nu dentro dele! Ele acedeu e, voltando-se mansamente suplicou-me docemente:

- Aime-moi! Possède-moi! Habite-moi! Tu es peut-être le dernier qui m’aura !

O mais inquietante nessa inabitual manhã foi quando ele se deitou de costas para se ajudar a obter um orgasmo, pedir-me uma toalhinha. Achei isso muito bizarro, mas fui buscar-lhe uma pequena toalha, daquelas para essas especiais funções. Depois de ter sido bafejado por esse divino curto prazer, limpou-se com essa toalhinha de mesa de cabeceira, levantou-se, meteu-se na casa de banho e lavou-se. Quando regressou, foi a minha vez de ir à casa de banho limpar os estragos. A primeira coisa que me chamou a tenção foi perceber que ele tinha também lavado a toalhinha, que estava estendida a secar no varão do chuveiro. Ao voltar ao quarto galhofei com ele dizendo-lhe que ele era o homem que gostaria de ter lá em casa, para me lavar todas as toalhas da semana. Muito seriamente pediu-me encarecidamente que não utilisasse aquela toalha antes de a ter metido na máquina de lavar a roupa. Que era importante! Depois comemos uma bucha na cozinha e então ele apresentou-se: Era argentino, chamava-se Gabriel, e vivia ainda com os seus pais, ali perto!

Tempos depois ele voltou a bater-me à porta. Desta vez ele trazia preservetivos. Quando fomos para a cama ele queria que eu pusesse um deles antes de o penetrar. Disse-lhe que não, que queria sem capota, que não havia perigo de o engravidar! Novamente ele se voltou sem acrescenter qualquer outra palavara. Quando saí de dentro dele, depois dum violento orgasmo, ele, em vez de me pedir uma toalhinha enfiou um preservativo e docemente me virou para o tradicional dar e receber. Enquanto me possuia murmurou-me doçuras em Espanhol, por mim nunca até então escutadas. Ele não sabia que eu era português e que compreendia a sua língua. O que ele me disse foi uma grande pedrada na minha fé:

- Dios! Ten piedad de mí! No quiero morir! Curarme de mi enfermedad! Quiero vivir! Soy demasiado joven para morir! Me encanta vivir! Me gusta la vida! No quiero morir ahora!

Quando, em Espanhol, lhe perguntei o que se passava com ele, ele, apavorado, informou-me que tinha uma doença muito grave. E quando pronunciou o nome dessa doença foi a primeira vez que eu ouvi essa terrível palavra: Sida!

Depois deste incidente, nunca mais vi o meu querido Gabriel! Não sei o que se passou com ele. Teria morrido? Teria mudado de residência?

Só tempos mais tarde, pela primeira vez, ouvi na televisão, falarem dessa terrível ofença à humanidade: Sida!

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